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terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Porto: Construção e Arrendamento


Por Ricardo Guimarães e Francisco Virgolino




Rendas 2,5% mais baixas

Ao longo do 1º semestre de 2010, as rendas de habitação na cidade do Porto continuaram o percurso de decréscimo iniciado em meados de 2009. Desde o 3º trimestre desse ano têm caído sucessivamente, atingindo no 2º trimestre de 2010 uma taxa de variação média anual de -1,2%.

Esses dados advêm do índice de rendas apurado pela Confidencial Imobiliário, calculado com base na informação do portal LardoceLar.com. De acordo com o Índice Ci-Rendas, na cidade do Porto, ao longo do último ano, a taxa de variação trimestral das rendas tem oscilado entre os -0,9% e os -1,4%. Também em termos homólogos a nota tem sido de perda, com o 2º trimestre de 2010 a apresentar uma variação homóloga de -4,1%, a mais baixa de sempre desde o início deste Índice. Este resultado vem agravar aquele se havia observado no 1º trimestre de 2010, período no qual a homóloga havia sido a mais baixa registada até então, situando-se nos -2,5%.


Recorde-se que, com as dificuldades sentidas nas vendas de habitação, as rendas apresentaram um crescimento assinalável. Assim, desde o 3º trimestre de 2007, as rendas foram crescendo até atingirem uma taxa média anual de crescimento de 5,3% no 2º trimestre de 2008, pico após o qual esta tendência se começou a inverter.

A cidade do Porto reflecte reduções de rendas mais acentuadas face ao registo em Lisboa, mas havia apresentado, contudo, um crescimento mais significativo. Em Lisboa as rendas registaram no 2º trimestre de 2008, uma taxa de crescimento médio anual máxima de 4,5%. Já no 2º trimestre de 2010, em Lisboa a taxa de variação média anual do ICi-Rendas foi de 0,0%, mesmo assim acima menos dos -1,2% registados no Porto.

Construção cai 66%

No 1º semestre de 2010, foram licenciados apenas 5 novos projectos de promoção de edifícios de apartamentos na cidade do Porto, um número que, anualizado, representa uma queda de 66% face aos 29 edifícios desta natureza licenciados ao longo de 2008. Quando comparado com o período homólogo, o comportamento é semelhante, com os 5 edifícios licenciados nos primeiros seis meses de 2010 a compararem com os 15 projectos em igual período de 2009, o que traduz uma contracção de 67%.

Esta informação é apurada pela Ci a partir dos elementos que lhe são remetidos directamente pela autarquia do Porto, ao abrigo de um protocolo estabelecido entre ambas as entidades (à luz do que a Ci tem com muitas outras câmaras, como Lisboa, Oeiras, Cascais, Matosinhos, Gaia e Maia).

Tais dados mostram que já em 2009 a dinâmica de promoção nova havia registado uma quebra importante nesta cidade, com o número de edifícios de apartamentos licenciados, num total de 20, a cair 31% face ao ano anterior.

O contexto económico e financeiro actual será uma das principais razões para que o mercado se mantenha contraído, mantendo-se, neste primeiro semestre, um nível de investimento semelhante ao do semestre anterior, quando o número de edifícios novos de apartamentos licenciados na cidade do Porto foi também de 5.

No que respeita ao segmento das moradias, o comportamento do investimento é igualmente de queda. Face a 2008, o licenciamento neste segmento caiu 86% no 1º semestre de 2010 e 77% em 2009.

Avaliando o mercado pelo número de fogos licenciados, as conclusões são semelhantes. Face a 2008, regista-se um decréscimo de 76% no número de apartamentos licenciados e de 86% no que respeita as moradias, tendo em conta o 1º semestre de 2010. Em média, em cada um dos semestres de 2008 foram lançadas obras a rondar os 407 fogos novos, o que compara com os 93 registados no 1º semestre de 2010.

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