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terça-feira, 30 de setembro de 2014

Mercado Imobiliário de Angola continua em expansão


Por Francisco Barros Virgolino
Director da Proprime






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Depois de sofrer o impacto da crise financeira internacional, a qual acabou por refletir-se no abrandamento do ritmo de desenvolvimento, o mercado imobiliário Angolano assiste agora a um novo período de expansão, embora numa conjuntura diferente e com características longe do início da década passada, em que se verificou um boom nas vendas a qualquer valor e uma absorção de produtos ainda em planta. Além de uma procura mais alargada e com o aumento do poder de compra a generalizar-se, e da crescente profissionalização da indústria imobiliária, o Governo tem atualmente uma enorme abertura na criação de mecanismos e programas que, por um lado, atentam no desenvolvimento económico e social do país e, por outro, permitam satisfazer as necessidades da população no acesso à habitação.

No mercado imobiliário, os segmentos de habitação e escritórios continuaram, em 2014, a ser os mais ativos, embora as oportunidades de investimento sejam também muito claras em mercados como o de retalho ou de imobiliário industrial. Na habitação em Luanda, assiste-se a um novo dinamismo, fruto do projeto âncora de requalificação da Baía de Luanda e do potencial de oportunidades face à emergência da classe média. E, apesar da classe alta e média-alta angolana e das grandes multinacionais terem continuado a ser as franjas mais dinâmicas da procura, estão agora a surgir novos empreendimentos para a classe média, com preços mais baixos e localizados fora de centro da cidade de Luanda e de Talatona, o que deverá conduzir a um ajustamento dos valores de mercado já que também o ritmo de vendas junto das classes alta e média-alta tem vindo a abrandar.

O mercado de escritórios de Luanda, por seu lado, continuou a registar bons níveis de procura, especialmente por parte das empresas das áreas financeira e petrolífera, influenciado pela conjuntura económica favorável. Os espaços modernos são ainda escassos, mas a nova oferta que surge no mercado tem cada vez maior qualidade e nos próximos anos deverá atingir-se um maior equilíbrio entre a oferta e a procura de escritórios e, por conseguinte, a uma normalização dos valores de mercado.

No turismo, o imobiliário tem estado fortemente ancorado em hotéis sobretudo direcionados para o segmento corporate, mas a oferta nesta área começa agora a ser marcada pelo surgimento dos primeiros resorts, nos quais se conjugam as valências hoteleiras e imobiliárias, sendo o Golfe, na maior parte dos casos, o produto turístico âncora.

Já no retalho, as oportunidades para diversificação e expansão da oferta, que é ainda bastante limitada, são muitas, considerando o ritmo do crescimento demográfico e as características populacionais, os novos hábitos e necessidades de consumo. Em Luanda, a oferta existente continua a ser dominada pelo comércio de rua e denota-se uma carência de conjuntos comerciais integrados que sejam capazes de satisfazer a procura das classes emergentes, e especialmente os espaços que agreguem marcas internacionais. Face a este potencial, é expectável a entrada de diversos retalhistas internacionais em Luanda.

Por outro lado, o setor industrial e logístico continua afirmar-se como uma das áreas imobiliárias com maior potencial de crescimento, considerando a escassa oferta e tendo em conta o crescimento do tecido industrial de Angola.

Mas outro setor a merecer atenção é o do investimento imobiliário. Passado mais de um ano da aprovação da lei que criou a figura dos fundos de investimento imobiliário em Angola, a indústria imobiliária, os investidores institucionais e as instituições financeiras que operam neste mercado estão definitivamente mobilizados para a utilização deste tipo de instrumento, com a constituição de vários fundos de investimento imobiliário atualmente em curso por iniciativa das mais diversas entidades.

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