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segunda-feira, 18 de setembro de 2017

4 tendências na mediação imobiliária - Parte I

Este ano em Agosto tive a oportunidade de participar na Expo Real Estate de Buenos Aires.

Fui convidado para fazer uma pequena apresentação sobre factos e oportunidades no mercado imobiliário português e sobre a importância do serviço prestado pelo Agente Imobiliário num processo de transação em Portugal.

Aproveitei também para assistir a vários Workshops, pois decorria ao mesmo tempo, e no mesmo local, o 9º Congresso sobre o Mercado Imobiliário da Argentina. Uma das apresentações mais interessantes a que assisti tinha como tema as Tendências do Mercado Imobiliário Global e em especial da América do Sul. Não podia deixar de partilhar convosco o resumo e conclusões do tema apresentado:

Coworking

Os espaços de cowork são cada vez mais uma tendência a considerar devido à clara mudança na forma como as pessoas trabalham hoje. Claramente uma tendência impulsionada pela tecnologia, mas não só, pois para além do acesso, proximidade e mobilidade que a tecnologia nos proporciona hoje, não nos podemos esquecer que as mudanças dos modelos de negócio e de trabalho surgem antes.

Por exemplo, há cada vez mais a tendência de empreender, mesmo quem é atualmente empregado procura uma liberdade de horário e local de trabalho, o que revela que existe uma clara vontade de trabalhar sobre sistemas de meritocracia onde o cumprimento de objetivos, sejam eles quantitativos ou qualitativos, formam o resultado de cada profissional na sua área de atividade. Existem muitas pessoas que acreditam que esta tendência trará algum individualismo, o que se falou nesta apresentação e com o qual estou inteiramente de acordo, é que estes modelos criam cada vez mais uma necessidade e motivação para partilha de várias formas de trabalhar e de várias situações de casos de sucesso que antes não se expunha tão abertamente.

Tudo se tornou muito mais flexível, o tempo é gerido por cada pessoa de forma livre, as agendas são e continuarão a ser da responsabilidade de cada um, não serão geridas por terceiros.

Mas como saber se de facto o coworking é uma tendência que irá continuar? A resposta está na geração Millennial que está totalmente preparada e adaptada para se formatar a estes modelos pois a deslocação e flexibilidade para eles não é nada de novo nem estranho, antes pelo contrário, é o que consideram lógico.

Coliving

Se o coworking para alguns já era algo assumido, o coliving é quase uma consequência lógica para as últimas gerações, basta falar com pessoas que farão parte do nosso futuro e verificar alguns conceitos muito interessantes e totalmente atuais.

O conceito de vivência ou convivência está a mudar, as pessoas querem viver em comunidade, partilhar talvez em comunidades mais pequenas e definidas para poderem ter o mesmo poder de flexibilidade, o que quer dizer que não querem estar presas a um imóvel, seguem sim um estilo de vida. O estilo de vida ganha uma extrema importância, o que quer dizer que a habitação tem de começar a ser pensada não apenas na sua forma física, mas na envolvente do que proporciona com todos os serviços e comodidades associados a um determinado estilo de vida, como por exemplo: ginásio com zona de meditação e relaxamento, acesso a multimédia, a serviços de lavandaria, alimentação, saúde etc. e se possível interligando tudo através de Apps que tornem todos estas comodidades e serviços automatizados, rápidos e personalizados recorrendo à tecnologia de AI.

Aplicações como a Airbnb, Uber ou outras que nos permitam identificar, monitorizar ou interligar pessoas e necessidades, terão um papel fundamental na futura economia compartida em que o coliving se encaixa perfeitamente. Não é verdade que os jovens comunicam menos ou são menos emocionais, antes pelo contrário, a única coisa que muda é a forma e os canais que eles utilizam para o fazer. Nascem como seres individuais, mas querem cada vez mais viver em comunidade e vão poder fazê-lo apoiando-se nas tecnologias que os aproximam de pessoas com interesses e necessidades comuns, as redes sociais são hoje já um bom exemplo.

Muito importante referir que apesar destas tendências de simplificação e facilidade, cada vez mais se exige serviço, resposta e qualidade que se pretende que seja rápida, fácil e acessível. O futuro é hoje, e neste Congresso conheci vários projetos imobiliários já realizados e em curso apoiados no conceito de coliving

Num próximo artigo abordarei as outras duas tendências.

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Por Massimo Forte
Consultor Independente

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