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terça-feira, 23 de abril de 2013

O Dia Seguinte?


Fernando Vasco Costa
Strategic Consultancy
Jones Lang LaSalle








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Temos sentido nestes últimos tempos o mercado imobiliário a reagir. Depois de alguns anos em “coma”, começa agora a responder e já procura resolver e preparar o futuro.

Obviamente que o fenómeno dos Golden Visas ajuda e esperamos que perdure durante muito tempo, mas não é disso que falo…

Os proprietários e promotores estão finalmente a ajustar os seus projectos, posicionamentos e planos de negócio. Há de novo investidores interessados no nosso mercado, o qual, finalmente, parece estar a recuperar a sua actividade.

Estamos a ser muito abordados para repensar projectos, refazer estudos de mercado e para procurar inovar num mercado difícil mas que também começa a dar sinais de vida.

Claro que a realidade agora é bastante diferente, necessariamente mais focada na reabilitação, na escassez de recursos e de financiamento, mas por isso também mais focada na resolução de problemas mais reais e práticos.

É sem dúvida um mundo novo a que teremos de nos adaptar e de trabalhar arduamente para conseguir resultados positivos.

Devemos também aproveitar o momento para aprender com os erros cometidos no passado. Penso que um dos pontos a melhorar significativamente é na definição do produto.

Caricaturando, a definição do produto era deixada muitas vezes para o arquitecto (na melhor das hipóteses) e só mesmo em obra é que se tinha uma percepção do que se estava a fazer, mas como se vendia tudo, não havia problema…

Agora acabaram-se os facilitismos. Temos de ter um melhor conhecimento do público-alvo a que se destina o nosso produto, trabalhar mais com arquitectos e engenheiros na concepção desse produto ajustando-o ao nosso público, saber comunicá-lo melhor para o target definido e, ao mesmo tempo, fazer com que tudo resulte num bom negócio.

E tudo isto temos que fazer com (muito) menos recursos.

Por isso, temos de trabalhar com mais criatividade e motivação. Temos de sair da secretária e das salas de reunião e estar no terreno, conhecer melhor a economia real e o que esta precisa, seja um empreendedor que precisa de uma pequena loja, ou um holandês que quer passar a reforma em Portugal. A selecção criteriosa das equipas em função dos objectivos é também essencial, temos que ser mais exigentes mas também saber motivar toda a equipa na linha dos objectivos traçados de criar produtos de sucesso.

Para somar a todas estas “dificuldades”, ainda temos de trabalhar em reabilitação, bastante mais exigente do que em construção nova. Temos que saber aproveitar os recursos já existentes, resolver problemas de compatibilidade entre o novo e o antigo, respeitar o património e usá-lo como uma mais valia do nosso produto.

Parece ser uma equação impossível de dar certo, no entanto, a nossa experiência é muito positiva. Há mercados que não conhecíamos, pessoas que não estão satisfeitas com o que existe e que procuram novas soluções e há pouca oferta diferenciada e alternativa. É sem dúvida um trabalho muito mais exigente. Com pouco temos que fazer muito, mas é isso mesmo que nos motiva!

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