Estão a surgir novas tendências a nível global relacionadas com a vida urbana e a gestão das cidades. Algumas já em processos de implementação, outras ainda em desenho, mas ninguém duvida que num futuro próximo as cidades como as conhecemos serão parte do passado. Eis algumas das ideias ou exemplos já implementados :
O Japão está a construir um comboio que se deslocará por levitação magnética e cuja velocidade será superior à de um avião a jacto.
Adelaide (Austrália) está a construir uma base de dados com mais de 10 gigabit de capacidade, que a tornará mais competitiva para tomar decisões por exemplo relacionadas com a redução de carbono, a gestão de tráfego, ou a gestão de água e energia.
Em Londres, os icónicos autocarros de dois pisos irão em breve circular com um biodiesel parcialmente produzido com borras de café. Em breve contam expandir esta utilização para cidades onde o consumo de café é mais elevado, ou onde existam fábricas que produzam cápsulas de café.
Em Toronto (Canadá), a autarquia estabeleceu uma parceria com a WAZE para combater o congestionamento na cidade, nomeadamente através de informações sobre encerramento de vias e obras, evitando que automobilistas escolham zonas mais congestionadas.
Em Nova Deli (Índia), uma parceria entre o Indraprastha Institute of Information Technology, o Rocky Mountains Institute e a Cornell University está a desenhar um modelo de transporte partilhado para os trabalhadores que partilham a mesma origem e destino. Sendo o congestionamento do trânsito o maior problema da cidade, trabalham num novo modelo de mobilidade com base em três parâmetros fundamentais : partilha, electricidade e conectividade.
Ainda na Índia, o governo pretende que em 2030 todos os automóveis do Estado sejam eléctricos, num claro compromisso para mudança de paradigma neste pais onde os problemas provocados pelos combustíveis fósseis são gigantescos. Das 15 cidades mais poluídas do mundo, 6 são indianas.
As cidades australianas estão na vanguarda do conhecimento e gestão ao nível da sustentabilidade, nomeadamente no que diz respeito ao trabalho, qualidade de vida e turismo. Como tal, estão a ser alvo de estudo e cópia das boas práticas relacionadas com custos da habitação, congestionamento das ruas, eficiência dos transportes públicos, níveis de emprego e cuidados de saúde seniores.
Perto de Phoenix (Arizona, EUA), Bill Gates está a promover uma nova cidade com 80.000 habitações, escritórios, retalho e equipamentos chamada Belmont que pretende transformar numa “smart city”, com redes digitais e smart centers para gerir a sua infraestrutura, novas fábricas para produção de equipamentos tecnológicos, veículos autónomos e hubs logísticos autónomos.
Singapura foi classificada em 2017 na segunda posição ao nível da “Smart Cities” com base no seu evoluído eco sistema de negócios, no bem sucedido planeamento urbano, qualidade de acesso á internet e esforço na evolução para o uso de energias “limpas”. O seu sistema de transportes públicos é considerado o melhor do mundo. Num ranking elaborado pela alemã Nestpick, é considerada a cidade número um para startups devido ao seu ambiente de negócios, nível salarial, qualidade de vida e custo de vida.
Vancouver (Canadá) desenvolveu o “Project 529” com o objectivo de diminuir o elevado número de roubos de bicicletas na cidade. Com base numa App onde foi construída uma base de dados de bicicletas ligadas a proprietários e policia, houve uma diminuição de 70 % no número de roubos, desencorajando os prevaricadores e ajudando na recuperação das bicicletas roubadas.
Boston (EUA) desenvolveu o “City Score” o qual avalia o desempenho da autarquia com base em 24 parâmetros, permitindo aos seus habitantes uma melhor percepção do trabalho do Mayor (Presidente da Câmara) da cidade.
No Rio de Janeiro, o “CrimeRadar” tornou-se o primeiro serviço no mundo a disponibilizar informação em tempo real sobre a criminalidade na cidade, ajudando os seus habitantes a minimizar o risco.
A partir de 2030 apenas poderão circular em Paris carros eléctricos. Numa cidade que periodicamente tem de fazer restrições ao uso de automóveis movidos a combustíveis fósseis devido à poluição, este é o reflexo do resto do pais que pretende banir todos estes veículos até 2040.
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Por Carlos Leite de Sousa
Fundador Streetics
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