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quinta-feira, 19 de janeiro de 2017

Desafios para a mediação imobiliária em 2017

2016 foi um excelente ano para a mediação imobiliária. Julgo que não conheço nenhum agente ou agência que não tenha registado um crescimento nas vendas. Não vejo ninguém queixar-se. O mercado está propício à venda com muitos compradores à procura de investir em imobiliário em Portugal. E 2017? Como será?

Existem alguns pontos que são importantes observar ao longo do ano, especialmente nestes primeiros meses:
  • Yields das obrigações do tesouro. Neste momento, estão num valor muito próximo dos 4%, tendo subido cerca de 50% no espaço de 1 ano. Caso as yields mantenham esta trajetória de subida, há que estar cauteloso relativamente ao comportamento dos investidores, sobretudo dos estrangeiros;
  • Crédito imobiliário. Depois de uma forte subida em 2015, o ano passado voltou a registar um crescimento no crédito concedido, sobretudo crédito habitação, algo que muitos profissionais do mercado relacionam com o crescimento das vendas e dos preços. Veremos o que nos dá 2017 e se a Banca mantém um ritmo de crescimento no crédito concedido, em que valores e em que zonas do País;
  • Preços. Dados recentes apontam para a maior subida de preços desde 2001, depois de subidas mais modestas nos últimos meses. É expectável que este ritmo se mantenha no início de 2017 mas a conjuntura macro internacional e o estado da economia nacional poderão influenciar o comportamento dos preços em Portugal.
Do ponto de vista mais específico da mediação imobiliária em Portugal, estou em crer que existem desafios importantes que deverão ser encarados em 2017:
  • Angariação. As vendas subiram muito nos últimos 2 anos, mais do que os preços. Começa a escassear a oferta, enquanto que a procura se mantém elevada. A angariação de produto para venda será cada vez mais desafiante, num mercado que está cada vez mais competitivo e profissional. A qualidade e quantidade na angariação marcará a diferença para o agente imobiliário em 2017;
  • Especialização. Relacionado com o ponto anterior, importa cada vez mais pensar na qualidade do produto a angariar e naquilo que a procura realmente quer. Num mercado como o nosso, com menos oferta e mais procura, pode existir a tentação da angariação ser mais genérica que específica para se ter produto em carteira. No entanto, isso poderá ser um erro. O comprador, hoje em dia, é mais informado e o processo de procura/compra mais complexo e pensado. Os compradores estão mais exigentes e vão mais facilmente aos imóveis que mais gostam. Angariar de forma genérica poderá aumentar a carteira em comercialização mais baixar os índices de venda;
  • Comunicação. Em Portugal, os últimos 2 anos foram de descoberta das redes sociais, com muitos agentes a apostarem em plataformas para aumentar a exposição da sua carteira. O facebook parece levar dianteira. No entanto, o crescimento na utilização das redes sociais, com vista à comunicação de produto imobiliário, foi muito grande. Num mercado pequeno como é o nosso, uma ferramenta como o facebook pode facilmente esgotar-se pelo uso excessivo da mesma. Importa pensar em técnicas de comunicação mais direccionadas ao potencial cliente e utilizar outras formas complementares de comunicação mais genérica ou massiva;
  • Serviço. Por fim, serviço. Num mercado em que existem muitos agentes a vender, pouco produto para angariar, a qualidade do serviço prestado poderá fazer a diferença. Apostar num serviço de qualidade, apostar no conhecimento do mercado, na qualidade do produto angariado e, claro está, no sucesso das vendas, é meio caminho para um grande serviço e para a devida percepção do mesmo da parte do cliente.
Outros desafios se colocarão, com certeza. Há que estar atento. Independentemente do que aconteça, é sempre fundamental conhecer muito bem o mercado em que se actua, estar próximo dele, próximo dos clientes e agir rapidamente à mudança.

Bons negócios (imobiliários)!

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Por Gonçalo Nascimento Rodrigues
Main Thinker, Out of the Box.

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