Nélson Rêgo, MRICS
nrego@prime-yield.com
Director Geral
Prime Yield
Como qualquer outra actividade de prestação de serviços, a avaliação de bens imóveis foi fortemente influenciada pelo fenómeno da globalização que condicionou, de certa forma, o modus operandi de muitas empresas que actuam nesta área de negócio.
Apesar deste facto, de as economias estarem mais inter-relacionadas e dos investidores poderem escolher o local mais apropriado para aplicarem os seus capitais, ainda existem alguns entraves a esta mobilidade, como é o caso das avaliações de imóveis. Verificam-se, ainda, diferenças fulcrais entre Países, nas práticas e metodologias de avaliação, o que conduz a decisões de investimento fundamentadas em pressupostos errados, tal como se verificou, em 1996, com o Bangkok Bank of Commerce que entrou em colapso devido a deficientes avaliações do portfólio imobiliário que detinha.
Tornou-se imperioso standardizar as práticas como os bens são avaliados e descritos. Importa, em primeiro lugar, salientar a diferença entre metodologias e práticas. As metodologias das avaliações são dinâmicas, variam consoante o caso concreto em análise, ao invés das práticas que são regras impostas pela consciência de cada avaliador, pelas associações de classe ou pela lei.
Essas regras abrangem a ética, a conduta e a competência necessárias para o desempenho da actividade de avaliação imobiliária. Existem, a nível internacional, várias organizações que, ao longo dos anos, se têm preocupado com esta temática, nomeadamente:
- RICS – Royal Institution of Chartered Surveyors, que é uma organização, actualmente, com cerca de 150 000 membros em 120 Países. O RICS assume um papel de especial relevância após o crash de 1974 no Reino Unido, uma vez que publicou, em 1976, o “red book”, que com as suas actualizações, continua a ser uma referência para os seus membros, como manual de procedimentos na avaliação imobiliária. Os principais objectivos deste manual estavam relacionados com a melhoria das práticas;
- Tegova – European Group of Valuers Associations, foi fundada em 1977, diferencia-se da organização anterior pelo facto de ser pan-europeia e pelos seus membros serem associações de profissionais, 26 actualmente, ligados à avaliação imobiliária. Esta organização teve como missão inicial conceber e promover a aplicação das European Valuation Standards, bem como representar, junto da União Europeia, os interesses dos avaliadores imobiliários.
Muito mais poderia ser referido acerca das duas organizações anteriormente apresentadas. No entanto, não é o que se pretende com um artigo desta natureza. O que existe de transversal em relação ao RICS e à TEGOVA é o facto de ambas pretenderem uma normalização de práticas a utilizar na avaliação de bens imóveis, com o intuito de facilitar as acções de todos os intervenientes envolvidos na transacção de um imóvel.
O futuro, sem rejeitar o que existe de bom do passado, será feito por uma normalização de procedimentos e concomitantemente por um reforço da ética dos profissionais ligados à avaliação imobiliária. O profissionalismo neste sector será cada vez mais uma certeza.
Apesar deste facto, de as economias estarem mais inter-relacionadas e dos investidores poderem escolher o local mais apropriado para aplicarem os seus capitais, ainda existem alguns entraves a esta mobilidade, como é o caso das avaliações de imóveis. Verificam-se, ainda, diferenças fulcrais entre Países, nas práticas e metodologias de avaliação, o que conduz a decisões de investimento fundamentadas em pressupostos errados, tal como se verificou, em 1996, com o Bangkok Bank of Commerce que entrou em colapso devido a deficientes avaliações do portfólio imobiliário que detinha.
Tornou-se imperioso standardizar as práticas como os bens são avaliados e descritos. Importa, em primeiro lugar, salientar a diferença entre metodologias e práticas. As metodologias das avaliações são dinâmicas, variam consoante o caso concreto em análise, ao invés das práticas que são regras impostas pela consciência de cada avaliador, pelas associações de classe ou pela lei.
Essas regras abrangem a ética, a conduta e a competência necessárias para o desempenho da actividade de avaliação imobiliária. Existem, a nível internacional, várias organizações que, ao longo dos anos, se têm preocupado com esta temática, nomeadamente:
- RICS – Royal Institution of Chartered Surveyors, que é uma organização, actualmente, com cerca de 150 000 membros em 120 Países. O RICS assume um papel de especial relevância após o crash de 1974 no Reino Unido, uma vez que publicou, em 1976, o “red book”, que com as suas actualizações, continua a ser uma referência para os seus membros, como manual de procedimentos na avaliação imobiliária. Os principais objectivos deste manual estavam relacionados com a melhoria das práticas;
- Tegova – European Group of Valuers Associations, foi fundada em 1977, diferencia-se da organização anterior pelo facto de ser pan-europeia e pelos seus membros serem associações de profissionais, 26 actualmente, ligados à avaliação imobiliária. Esta organização teve como missão inicial conceber e promover a aplicação das European Valuation Standards, bem como representar, junto da União Europeia, os interesses dos avaliadores imobiliários.
Muito mais poderia ser referido acerca das duas organizações anteriormente apresentadas. No entanto, não é o que se pretende com um artigo desta natureza. O que existe de transversal em relação ao RICS e à TEGOVA é o facto de ambas pretenderem uma normalização de práticas a utilizar na avaliação de bens imóveis, com o intuito de facilitar as acções de todos os intervenientes envolvidos na transacção de um imóvel.
O futuro, sem rejeitar o que existe de bom do passado, será feito por uma normalização de procedimentos e concomitantemente por um reforço da ética dos profissionais ligados à avaliação imobiliária. O profissionalismo neste sector será cada vez mais uma certeza.
2 comentários:
Caro Nélson,
Antes de mais, obrigado pelo vosso artigo e valioso donativo entregue à SCM Mangualde. O Exmo. Sr. Provedor, Coronel Fernando Morais, pede-me para vos agradecer a ajuda que dão à actuação local da Santa Casa.
Sobre o vosso artigo, concordo plenamente que vivemos tempos de mudança, também no sector da avaliação imobiliária. Há que, rapidamente, standardizar práticas também em Portugal, e talvez um “red book” à Portuguesa, não fosse mal visto. Ter um documento que procurasse sintetizar metodologias e práticas e que fosse aceite pelas ordens profissionais que compõem o sector, só ajudaria a uma maior cristalização desta área de actividade.
Um abraço,
Face ao elevado número de avaliadores a operar no mercado, é cada vez mais premente a implementação de um organismo, em Portugal, que preconize os direitos, os deveres e a ética profissional da referida actividade imobiliária. Urge a standardização de metodologias e práticas. Em 2004, foi criada a ordem dos avaliadores que tem, aparentemente, apresentado pouca dinâmica. Cabe às inúmeras empresas de consultoria do ramo imobiliário (mais de 25 empresas) a função de dinamizar o organismo referido ou criar uma alternativa nacional, eficaz e eficiente, actuando, à semelhança, do RICS e do TEGOVA.
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