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quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Desalavancagem no crédito habitação - 2

Por Gonçalo Nascimento Rodrigues
Out of the Box
Main Thinker

OTBX, Consultoria em Finanças Imobiliárias, Lda.
Managing Director






O esforço de desalavancagem bancária no sector imobiliário mantém-se. Já em Maio passado, num artigo sobre a desalavancagem no crédito habitação, haviamos alertado para esse facto. Entre Março de 2011 e Março de 2012, a Banca Portuguesa havia desalavancado 1.681 milhões de euros. Agora, até Agosto de 2012, esse valor atinge já os 3.482 milhões de euros. Notável!

                                           Fonte: Banco de Portugal

Só nos últimos 6 meses, foram já 2 mil milhões de euros a menos no saldo de crédito habitação nos Bancos nacionais. Isto porque o crédito habitação mensalmente concedido tem sido cada vez mais reduzido, com valores consistentemente abaixo dos € 200 milhões mensais nos últimos meses, fazendo com que o total das amortizações suplante os montantes novos concedidos.

Como se pode verificar, o custo dos novos empréstimos são também mais elevados. Dinheiro mais escasso e mais caro, parece ser algo com o qual nos teremos mesmo de acostumar para os próximos tempos.

                                           Fonte: Banco de Portugal, INE

A recente baixa das taxas de juro em muito estará relacionada com a descida do indexante por parte do Banco Central Europeu, já que aparentemente os spreads médios cobrados têm estado estáveis. O gráfico que se segue, apresenta o diferencial médio entre as taxas de juro cobradas nos novos contratos de crédito habitação e o valor médio mensal do indexante, Euribor a 3 meses. Esta comparação é efectuada com um delay de 3 meses, equivalente ao prazo do indexante:

                                           Fonte: INE, euribor.org
                                           Tratamento: Out of the Box

Como é possível verificar, o spread médio praticado nos novos contratos de crédito habitação encontra-se relativamente estável nos 3 p.p., mas bastante acima do spread médio de todos os contratos existentes. É a loucura dos primeiros anos deste século ainda a pesar na estrutura dos Bancos.

Bons negócios (imobiliários)!

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