Liquidação Total. É o que estamos habituados a ver quando uma loja pretende escoar a totalidade do seu stock ou quando está à beira de fechar portas. Liquida-se. Mais vale receber algum do que não receber nada. Parece-me ser essa a lógica. O stock está lá, parado, e assim vende-se por pouco, mas vende-se.
O imobiliário parece também estar em liquidação em alguns casos. Espanha, por exemplo. Saiu aqui há dias uma notícia que anunciava a liquidação do mercado imobiliário espanhol. Cansado de ver as suas casas vazias, um promotor imobiliário decidiu arrendá-las pelo preço simbólico de € 50, justificando a sua atitude com a vantagem de, assim, ter as casas ocupadas e menos degradadas.
Outra notícia anunciava a venda, por parte do Lloyds Bank, de uma carteira de hipotecas, com diversos tipos de activos imobiliários, que vinha já do HBOS, por 25% do seu valor. Na realidade, uma em cada dez famílias entra em default no Reino Unido, representando um risco grande para o sector bancário. neste caso específico do Lloyds, trata-se de um desconto significativo mas, a meu ver, marcante para a indústria, não apenas pelo montante desse desconto, mas também pela mensagem que é passada ao mercado, de uma estratégia de saída de determinadas áreas de crédito, neste caso, o crédito imobiliário.
Por cá, com o crédito a reduzir-se, existem cada vez menos casas a serem vendidas. Ao invés, arrendam-se mais casas, à falta de alternativa. E para que o arrendamento possa ser um bom investimento, e de acordo com a Proteste Investe, as casas no Porto podem cair ainda 50%. Já em Lisboa, as quedas podem chegar aos 54%. É muita queda para um mercado só! Mas a verdade é que estamos a falar de muitos "mercados", são muitas zonas, com activos muito diferentes, uns porventura adequados ao arrendamento, outros nem tanto. A liquidação pode ser real mas não é generalizada.
Por cá, com o crédito a reduzir-se, existem cada vez menos casas a serem vendidas. Ao invés, arrendam-se mais casas, à falta de alternativa. E para que o arrendamento possa ser um bom investimento, e de acordo com a Proteste Investe, as casas no Porto podem cair ainda 50%. Já em Lisboa, as quedas podem chegar aos 54%. É muita queda para um mercado só! Mas a verdade é que estamos a falar de muitos "mercados", são muitas zonas, com activos muito diferentes, uns porventura adequados ao arrendamento, outros nem tanto. A liquidação pode ser real mas não é generalizada.
No entanto, sendo a alavancagem natural, diria mesmo, essencial ao investimento imobiliário, e com a banca europeia a sair deste mercado, onde ir buscar financiamento? Como evitar a liquidação dos meus activos? Os hedge funds parecem querer tomar uma posição, procurando uma rentabilidade que não conseguem encontrar noutros activos.
Parece-me, no entanto, que para conseguirem boas rentabilidades, quer na aquisição de hipotecas já constituídas, quer na concessão de novo crédito, o terão de fazer a preços elevados, representando ou um desconto elevado para o detentor das hipotecas, ou uma taxa de juro também ela elevada para o mutuário. O preço a pagar será sempre elevado, representando uma natural perda de valor para o mercado imobiliário.
É a liquidação total? Talvez não mas é, com certeza, uma adequação real do valor dos imóveis ao risco que representam.
Bons negócios (imobiliários)!
1 comentário:
De acordo com o FT, 70% dos empréstimos a commercial real estate, na Europa, entretanto securitizados, que atingiram a maturidade este ano, não foram pagos. http://www.ft.com/intl/cms/s/0/2183f122-3d5d-11e2-b8b2-00144feabdc0.html#axzz2E4fTkRDj
Estes serão naturalmente renegociados, com novos prazos e novos cupões.
Ou então, recomprados a um preço bastante abaixo do par.
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