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segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Descolar da apatia

Por Gonçalo Nascimento Rodrigues
Out of the Box
Main Thinker

OTBX, Consultoria em Finanças Imobiliárias, Lda.
Managing Director






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Começa uma nova semana de trabalho, à entrada do último trimestre de 2013. Mais um ano complicado no que ao imobiliário diz respeito. Apesar de virmos tendo notícias um pouco mais animadoras sobre mexidas no mercado e interesse de investidores, a verdade é que os números deixam algo a desejar, mesmo fazendo parecer que são melhores que 2012 (que, na realidade, não são).

Mas ao entrar nesta nova semana, neste novo trimestre, um conjunto de notícias deixam no ar que realmente algo de novo pode acontecer:


Primeiro, a notícia de quase 200 milhões de euros em investimento. Grande parte, é certo, proveniente de investidores à procura de obter um visto de residência. Não existe tanto um interesse estratégico sobre o activo. Mas é de realçar a operação do Deka Immobilien, de 43 milhões de euros, a fazer lembrar outros tempos do nosso mercado: algum apetite por investidores institucionais de produto core / core-plus. Espero que continue!

Depois, a notícia da actuação do Banco de Portugal junto dos Bancos nacionais, relativamente ao imobiliário. Finalmente! Sabemos bem a quantidade de imóveis que a Banca tem em carteira e a necessidade que o mercado tem que seja devidamente avaliada, à luz das actuais condições de mercado. Os fundos imobiliários abertos padecem do mesmo problema, com carteiras que estão avaliadas acima do potencial valor de mercado de muitos imóveis que detêm.

Naturalmente que uma acção deste tipo "forçará" a desvalorização de uma quantidade significativa de imóveis em Portugal. Bem sei que isso preocupa a muitos. Preocupa aqueles que não querem perder valor, que não querem perder rentabilidade, que julgam que o imobiliário é um activo que só deve apreciar e que uma potencial desvalorização é muito perigosa.

Julgo que devíamos antes concentrar-nos noutros aspectos, bem mais importantes: a actuação do regulador sobre um mercado que sempre teve pouca ou fraca regulação; a adequação do valor dos activos à realidade do mercado; o potencial aumento de liquidez resultante dessa adequação. No fundo, sinto isto como um "abrir de olhos".

Para aqueles que estão muito preocupados com possível desvalorização, digo apenas isto: há muito que o mercado desvalorizou! Só ainda não tinha sido registado, nem no papel, nem na carteira. Talvez tenha chegado agora o momento!

Bons negócios (imobiliários)!

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