O imobiliário em Portugal está subvalorizado

Segundo um documento recente do FMI, o IMF Global House Price Index voltou a subir no 2º trimestre do corrente ano. Os preços das casas subiram em 32 dos 51 Países que compõem este índice, estando já ao nível dos valores verificados em 2006 e apenas 8% abaixo dos máximos registados em 2007, antes de rebentar a crise do subprime.

Este índice considera que Portugal está entre os Países com o imobiliário mais subvalorizado. Segundo uma métrica que compara o preço das casas com as rendas cobradas (house to price ratio), o mercado residencial Português encontra-se ainda subvalorizado, possivelmente dadas as quedas recentes de preços. Face à média histórica deste índice, o mercado nacional apresenta um desvio negativo:

Também o Numbeo considera Portugal (neste caso, Lisboa), um dos mercados residenciais mais subvalorizados do Mundo:

De facto, e ainda de acordo com a publicação, o mercado nacional caiu cerca de 5% entre o 2º trimestre de 2012 e o 2º trimestre de 2013.

Entre os países mais sobrevalorizados, encontram-se o Canadá, Nova Zelândia, Noruega, Bélgica e Austrália. Já no lado oposto, os mercados mais subvalorizados são o Japão (que leva uns bons 20 anos consecutivos a desvalorizar), a Grécia, a Alemanha e Portugal. De realçar 2 aspectos:

• O facto do mercado alemão estar a valorizar há já algum tempo, não o torna num mercado sobrevalorizado, bem pelo contrário, afastando assim quaisquer receios de formação de uma bolha imobiliária;
• E nem o facto do mercado imobiliário japonês ser considerado como o mercado mais subvalorizado do Mundo signifique que venha a subir de imediato. Aliás, é só observar que tem caído desde há 20 anos consecutivos.

Ou seja, valorizações sustentadas não implicam uma sobrevalorização (com possibilidade de queda nos preços a curto prazo), e desvalorizações sustentadas não implicam uma recuperação imediata. Costuma dizer-se que "para bom entendedor, meia palavra basta".

Bons negócios (imobiliários)!