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terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Um caso mal-parado - III

Por Gonçalo Nascimento Rodrigues
Out of the Box
Main Thinker

OTBX, Consultoria em Finanças Imobiliárias, Lda.
Managing Director






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A Dívida no sector Corporate do Imobiliário

Depois de um olhar sobre o crédito à habitação, observemos agora o comportamento do crédito concedido a actividades relacionadas com o imobiliário – falamos dos sectores de construção e actividades imobiliárias.


Actualmente, existe em dívida cerca de € 32 Mil Milhões no mercado, sendo que o processo de desalavancagem destes sectores tem sido bastante mais acentuado que no caso do crédito habitação. Na realidade, o crédito em dívida desceu já quase de 25% face ao pico de 2009, momento em se atingiu um valor próximo de € 44 Mil Milhões.

A subida no crédito concedido foi constante e positiva ao longo dos anos, desde 1998, sendo que o mal-parado nunca foi uma verdadeira preocupação. Na verdade, e olhando para os dados disponíveis no site do Banco de Portugal, mesmo com um crescimento acentuado no crédito, o peso do mal-parado caminhava em sentido oposto, nunca ultrapassando o montante de € 500 Milhões. Era, de facto, residual, representando valores entre 1% e 2% do crédito concedido.

Esta situação manteve-se até meados do ano de 2008, altura em que o crédito mal-parado nas actividades imobiliárias e construção começou a subir, diria mesmo, a disparar!

Actualmente, encontra-se vencido um total de € 6,6 Mil Milhões, correspondente a 20,75% do total concedido. O mal-parado é superior no sector da construção (23,6%), em relação com as actividades imobiliárias (17%).

Apesar do crédito concedido nas actividades relacionadas com o imobiliário ser substancialmente inferior ao crédito à habitação (€ 32 Mil Milhões, comparando com € 107 Mil Milhões), a verdade é que o mal-parado é substancialmente superior (€ 6,6 Mil Milhões, face a € 2,4 Mil Milhões).

No próximo artigo, olharemos para os devedores no imobiliário.

Bons negócios (imobiliários)!

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