Por Francisco Barros Virgolino
Director da Proprime
--
Estão prestes a arrancar em
Angola os primeiros Censos da população e habitação realizados desde 1975. O
Recenseamento Geral da População e Habitação (RGPH) 2014 realiza-se já entre
16 e 31 de maio em todo o país e vai permitir recolher informação sobre a
população Angolana, em número e características, assim como do parque
habitacional existente e das condições de habitabilidade, dando resposta ao
enorme deficit de dados recentes que existe sobre os angolanos e a sua vida.
Todos sabemos que a
população de Angola tem crescido a olhos
vistos e que tem uma estrutura etária bastante jovem – estimativas de alguns demógrafos
e de entidades nacionais e externas dão conta de que a população Angolana será
de cerca de 21 milhões em 2015, evoluindo para 24 milhões em 2020 e para 28
milhões em 2025. Mas, na realidade, pouco mais se sabe e o foco da informação
atual é sobretudo Luanda. Não basta sabermos que a população está a crescer de
forma exponencial e que o potencial de consumo é enorme... Sabermos agora
quantos são os angolanos e quantos eram há uma e duas décadas, em que zonas do
país moram, quais os seus rendimentos, qual a sua idade, qual a dimensão dos
agregados familiares, qual a sua escolaridade, como é que são as suas casas e
quais as condições em que as habitam, entre tantas outras perguntas que vão
agora ter resposta, é determinante para a evolução de qualquer país em termos sócio-económicos
e para a preparação de respostas sociais e de políticas demográficas, mas
também para uma correta segmentação de produtos e soluções para as populações.
Para quem trabalha no
mercado imobiliário, de forma direta ou indireta, sabe a importância da
informação para a liquidez e transparência dos mercados e sabe que quanto maior
for o grau e volume de informação disponibilizada mais evoluído é um mercado,
na medida em que consegue uma adequação maior entre as necessidades
imobiliárias existentes e as respostas para estas necessidades.
Isso é especialmente
relevante em Angola, onde o deficit habitacional é muito expressivo e onde uma
necessidade básica como é a habitação continua a não estar preenchida para
muitos Angolanos, especialmente nas classes de rendimento mais baixo. Saber
qual o número de casas que ainda são necessárias e onde, com que dimensões e
características, para que tipo de famílias, é absolutamente crucial para que o
mercado imobiliário Angolano evolua de forma sustentada.
Para quem procura oportunidades de negócio em Angola,
este conhecimento será uma ferramenta muito importante e que permitirá
investir, de forma sólida, em produtos efetivamente adequados à realidade da
procura. Sempre defendemos que estudar o mercado imobiliário Angolano é o
primeiro passo para abordar um investimento nesta geografia, e passarmos a ter
informação que nos permite conhecer e segmentar públicos-alvo com uma base
estatística de escala nacional atualizada é uma excelente noticia!
Sem comentários:
Enviar um comentário