menu

segunda-feira, 19 de maio de 2014

Demografia, a base de tudo


Por Francisco Barros Virgolino
Director da Proprime






--


Estão prestes a arrancar em Angola os primeiros Censos da população e habitação realizados desde 1975. O Recenseamento Geral da População e Habitação (RGPH) 2014 realiza-se já entre 16 e 31 de maio em todo o país e vai permitir recolher informação sobre a população Angolana, em número e características, assim como do parque habitacional existente e das condições de habitabilidade, dando resposta ao enorme deficit de dados recentes que existe sobre os angolanos e a sua vida.

Todos sabemos que a população de Angola tem crescido a  olhos vistos e que tem uma estrutura etária bastante jovem – estimativas de alguns demógrafos e de entidades nacionais e externas dão conta de que a população Angolana será de cerca de 21 milhões em 2015, evoluindo para 24 milhões em 2020 e para 28 milhões em 2025. Mas, na realidade, pouco mais se sabe e o foco da informação atual é sobretudo Luanda. Não basta sabermos que a população está a crescer de forma exponencial e que o potencial de consumo é enorme... Sabermos agora quantos são os angolanos e quantos eram há uma e duas décadas, em que zonas do país moram, quais os seus rendimentos, qual a sua idade, qual a dimensão dos agregados familiares, qual a sua escolaridade, como é que são as suas casas e quais as condições em que as habitam, entre tantas outras perguntas que vão agora ter resposta, é determinante para a evolução de qualquer país em termos sócio-económicos e para a preparação de respostas sociais e de políticas demográficas, mas também para uma correta segmentação de produtos e soluções para as populações.

Para quem trabalha no mercado imobiliário, de forma direta ou indireta, sabe a importância da informação para a liquidez e transparência dos mercados e sabe que quanto maior for o grau e volume de informação disponibilizada mais evoluído é um mercado, na medida em que consegue uma adequação maior entre as necessidades imobiliárias existentes e as respostas para estas necessidades.

Isso é especialmente relevante em Angola, onde o deficit habitacional é muito expressivo e onde uma necessidade básica como é a habitação continua a não estar preenchida para muitos Angolanos, especialmente nas classes de rendimento mais baixo. Saber qual o número de casas que ainda são necessárias e onde, com que dimensões e características, para que tipo de famílias, é absolutamente crucial para que o mercado imobiliário Angolano evolua de forma sustentada.

Para quem procura oportunidades de negócio em Angola, este conhecimento será uma ferramenta muito importante e que permitirá investir, de forma sólida, em produtos efetivamente adequados à realidade da procura. Sempre defendemos que estudar o mercado imobiliário Angolano é o primeiro passo para abordar um investimento nesta geografia, e passarmos a ter informação que nos permite conhecer e segmentar públicos-alvo com uma base estatística de escala nacional atualizada é uma excelente noticia!

Sem comentários: