A Consultora Savills emitiu recentemente um documento de research muito interessante, apontando para as novas tendência no mercado da 2ª habitação. A principal tendência aponta para uma procura cada vez mais focada na geração de rendimento do que propriamente pelo uso do próprio imóvel. Uma 2ª habitação passou a ser claramente um produto de investimento em vez de ser - como sempre tem sido - um activo de uso próprio.
Do inquérito realizado pela consultora resultou que mais de 30% dos inquiridos referiu que a compra de uma 2ª habitação lhes servirá apenas para investimento (obtenção de retorno por via do arrendamento turístico), enquanto que mais de 40% pondera usar o imóvel mas também pretende colocá-lo em arrendamento.
Para além de olharem para uma 2ª habitação como uma fonte alternativa de rendimento, o estudo aponta ainda outras tendências:
- Revolução digital, com o aparecimento nos últimos anos de diversas plataformas que possibilitam o arrendamento de casas turísticas em qualquer parte do mundo, competindo assim com a hotelaria tradicional;
- Mais informação. 45% dos inquiridos (proprietários de 2ª habitações) referiram que querem conhecer bem a estrutura de custos relativa à propriedade do imóvel e estimativa de receitas por via da colocação no mercado turístico. A decisão de investimento é tomada de forma racional, com conhecimento e não apenas de forma emocional;
- Propriedades mais pequenas e mais baratas. De facto, nos últimos anos, o mercado de 2ª habitação tem transaccionado propriedades mais baratas, devido aos fortes constrangimentos no financiamento de uma 2ª habitação. O preço médio em 2017 foi de USD 291.000, sendo que os imóveis com preços abaixo dos USD 200.000 já tomam quase 40% do mercado;
- Globalização. Se há uns anos atrás, o mercado britânico dominava a compra de 2ª habitações (em 2007 representavam quase 30% do mercado), hoje em dia denota-se uma maior dispersão de nacionalidades;
- Conectividade. As ligações aéreas tornaram-se cada vez mais importante e a acessibilidade ao destino turístico por via aérea é cada vez mais importante;
- Compras domésticas. Cada vez mais os investidores compram uma 2ª habitação no seu país de residência.
No entanto, nem sempre um investimento em 2ª habitação gera o retorno adequado. O estudo refere que apenas 32% dos imóveis geram efectivamente lucro e que apenas 13% cobre a totalidade dos custos suportados (hipoteca incluída). As yields obtidas são, por isso, relativamente baixas quando comparadas com outras alternativas de investimento imobiliário, porventura com risco mais reduzido.
Cada propriedade em 2017 gerou um rendimento anual de USD 21.000 tendo estado 17 semanas arrendado no mercado.
De futuro, os investidores apontam Espanha e Portugal como destinos preferenciais para investimento em 2ª habitação.
Do lado da procura, está disponível para pagar uma média de USD 1.000 por semana sendo que os destinos preferidos são Espanha, França e Itália. Procuram preferencialmente moradias em zonas costeiras e privilegiam o acesso a internet, proximidade a praias e existência de ar condicionado na habitação.
Bons negócios (imobiliários)!
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