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terça-feira, 16 de abril de 2013

São Chineses!




Por Maritza Albuquerque
Luxe & Deluxe








«Em Setembro passado, foi publicado o Regime de Autorização de Residência para Atividades de Investimento, que regulamenta as condições para a aplicação do regime especial de concessão e renovação de autorização de residência, com dispensa de visto de residência, para atividade de investimento em território nacional.


Entre outras hipóteses, bastará a aquisição de um imóvel por um valor superior a € 500 mil para se obter tal autorização.» Em "Um imóvel e está visto".


   
O que nos trouxe o ARI? Trouxe Chineses! É verdade! Andávamos por aqui todos preocupados em captar os capitais ou a atenção de Angolanos e Russos e deparamo-nos com esta realidade. Afinal, são os Chineses que estão a aproveitar a possibilidade de “entrar” na Europa adquirindo imóveis de EUR 500.000,00, em Portugal. A trabalhar numa das zonas prime de Lisboa, o Parque das Nações, admito que houve um “Boom” de Chineses a circular pela Alameda dos Oceanos e estes não andam de máquina fotográfica pendurada ao pescoço. São residentes em Portugal...e meus vizinhos!

Entre a primeira reunião e a efectiva concretização do negócio, passa pouco tempo. A decisão é rápida e os requisitos obrigatórios são poucos. Alguns aparecem com intérpretes e outros não aparecem, preferem ser representados (sempre, por outro Chinês).

Confesso que embora rápido, o negócio é “apático”! Acredite o leitor, não conseguimos perceber pela expressão facial se gostam ou não...não conseguimos perceber se há a “tal felicidade”, normal, de quem compra uma casa...considero que a satisfação maior será mesmo a aquisição de residência e a livre circulação na Europa.

Quer saber quais os requisitos obrigatórios? Eu digo. Procuram uma casa com ar condicionado e de preferência já equipada e mobilada, se tiver vista, claro, muito melhor!

Mas quem são estes Chineses que, de um dia para o outro, decidem fixar-se no nosso país? Alguém está preocupado com esta questão? Qual o objectivo de alguns? Para nós que trabalhamos na actividade imobiliária, a Lei, veio trazer o input de dinamizar o nosso trabalho, já quase não se negociavam imóveis para transacções de compra e venda, estávamos focados nos arrendamentos (e continuamos!) e agora temos que ir à luta e conseguir “a casa para os Chineses”.

Era importante, também, que este cliente fosse acompanhado pelas entidades oficiais e que estas os conduzissem para entidades credíveis a trabalhar no mercado imobiliário. Com isto quero dizer que apercebo-me de algum aproveitamento por parte dos Brokers/ Comerciais/ Freelancers que “andam por aí” a "brincar" às vendas e comissões.

Vou contar a minha última experiência: recebi, na semana passada, um telefonema de alguém que estava a ver um apartamento com uma placa da minha agência. Do outro lado, a pessoa identificou-se, informou-me que estava com Chineses e questionou-me quanto a parcerias. Eu respondi positivamente ao seu apelo, estávamos próximso e sugeri uma reunião/encontro para perceber o que procuravam e como iríamos trabalhar. A pessoa não deu importância às minhas palavras, insistia na possibilidade de  fazer subir o preço de venda para chegarmos ao valor requisito, estipulado para a aquisição de residência. A minha resposta foi que não podíamos tratar o Chinês (entenda-se, o cliente) como um tonto que não tem noção de valores de mercado. A pessoa não deve ter gostado – afinal, o que queria era vender, vender a qualquer preço... e ajudar na aquisição de residência. Se eu lhe perguntasse quem era o cliente, qual a sua actividade profissional, qual o motivo por ter escolhido Portugal (as perguntas normais para se conseguir apurar quem é o cliente, a sua motivação e intenção) a pessoa responderia: - São Chineses ou é Chinês (ponto)!

Ficamos assim, na dúvida! A única certeza, a necessidade de me inscrever rapidamente num curso de Mandarim!

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