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quinta-feira, 25 de junho de 2015

Precisamos mesmo de mais escritórios em Lisboa?

Foi notícia aqui há dias que a área de escritórios novos em Lisboa não pára de cair. De facto, o Prime Watch 2015 já o havia reportado: o ano de 2014 registou um acréscimo na tomada de áreas novas, principalmente em zonas mais centrais da cidade, apresentando-se estas agora em valores mínimos de stock disponível.

Apesar disso, as rendas de mercado mantiveram uma tendência de queda que se arrasta há já alguns anos. Nem o facto de se ter aumentado a absorção de áreas novas, nem tão pouco em zonas mais centrais de Lisboa (tipicamente mais caras), fez com que as rendas subissem em 2014.

Será então hora de começar a construir escritórios em Lisboa por forma a aumentar o stock e fazer face à procura?

A questão de aumentar o stock novo disponível, por incremento de construção nova de raíz, deve ser algo analisado em estreita coligação com o valor do mercado. Pretende-se mais área nova para potenciar determinado tipo de negócios (grandes ocupadores, mais exigentes, à procura de melhores espaços), ou será que é melhor aumentar o valor do mercado? E será que uma reduzida área disponível para arrendamento potenciará o crescimento das rendas?

Creio que sim. Há já algumas edições do Prime Watch que temos vindo a alertar para este "fenómeno": o mercado deverá apostar na reabilitação dos espaços usados em detrimento da construção nova, ao mesmo que tempo que se "regula" o stock total e o stock disponível para ocupação. Se é verdade que existe muito pouco stock novo disponível, também é bem verdade que existe mais de meio milhão de m2 usados disponíveis.

Apostando na reabilitação, aposta-se na cidade e na qualidade, ao mesmo tempo que o mercado tenderá a observar uma apreciação generalizada das rendas, ganhando assim valor. Mais ainda, o investidor agradece.

Bons negócios (imobiliários)!

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Por Gonçalo Nascimento Rodrigues
Main Thinker
Managing Director

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