Cocos. Não, não é fruta. Também não é isso que estão a pensar... mas prometem vir dar que falar...
Os coco's, ou em inglês, contingent convertible bonds, são uma espécie de obrigação convertível mas ligados a um determinado evento que faz com que se convertam em acções. No fundo, é como o nome diz: são convertíveis se ocorrer alguma contingência.
O coco pode, por exemplo, ter um strike price, tal como numa opção. Neste caso, são obrigações que se convertem em acções caso a cotação do subjacente atinja um determinado valor. Ou, no caso de um banco, caso o seu capital baixe abaixo de um Tier 1, por exemplo, a obrigação converte-se automaticamente, recapitalizando a instituição.
A vantagem dos cocos é que permitem não diluir, à partida, o capital do emitente, mantendo assim a cotação inicial (se houvesse diluição de capital, o valor da cotação ajustar-se-ia). Também não são dívida pura dado tratarem-se de um produto híbrido. Então o que são?
Para as agências de rating, são capital o que favorece o rating de muitas instituições bancárias (se calhar, falsamente). Para os investidores, são dívida e uma forma de investimento muito interessante com cupões acima de 8%.
Algumas questões podem ser levantadas relativamente a esse produto. Eu tenho duas.
Primeiro: como é que se contabilizam estes coco's no balanço de uma instituição financeira? É dívida? E é claro para o mercado que se converte em capital segundo um determinado evento? A regulação está a funcionar?
Segundo: como reagirão os detentores de acções de um banco, por exemplo, perante coco's convertíveis caso a cotação atinga um determinado valor mínimo? Perante um eventual cenário de diluição de capital, o que farão os detentores de acções? Venderão, por certo, provocando uma queda abrupta das cotações, deixando depositantes "à beira de um ataque de nervos"...
Fica aqui também outro link para um vídeo do Finantial Times.
Às vezes apetece dizer: não aprendemos nada com esta crise?
Bons negócios (imobiliários)!
Os coco's, ou em inglês, contingent convertible bonds, são uma espécie de obrigação convertível mas ligados a um determinado evento que faz com que se convertam em acções. No fundo, é como o nome diz: são convertíveis se ocorrer alguma contingência.
O coco pode, por exemplo, ter um strike price, tal como numa opção. Neste caso, são obrigações que se convertem em acções caso a cotação do subjacente atinja um determinado valor. Ou, no caso de um banco, caso o seu capital baixe abaixo de um Tier 1, por exemplo, a obrigação converte-se automaticamente, recapitalizando a instituição.
A vantagem dos cocos é que permitem não diluir, à partida, o capital do emitente, mantendo assim a cotação inicial (se houvesse diluição de capital, o valor da cotação ajustar-se-ia). Também não são dívida pura dado tratarem-se de um produto híbrido. Então o que são?
Para as agências de rating, são capital o que favorece o rating de muitas instituições bancárias (se calhar, falsamente). Para os investidores, são dívida e uma forma de investimento muito interessante com cupões acima de 8%.
Algumas questões podem ser levantadas relativamente a esse produto. Eu tenho duas.
Primeiro: como é que se contabilizam estes coco's no balanço de uma instituição financeira? É dívida? E é claro para o mercado que se converte em capital segundo um determinado evento? A regulação está a funcionar?
Segundo: como reagirão os detentores de acções de um banco, por exemplo, perante coco's convertíveis caso a cotação atinga um determinado valor mínimo? Perante um eventual cenário de diluição de capital, o que farão os detentores de acções? Venderão, por certo, provocando uma queda abrupta das cotações, deixando depositantes "à beira de um ataque de nervos"...
Fica aqui também outro link para um vídeo do Finantial Times.
Às vezes apetece dizer: não aprendemos nada com esta crise?
Bons negócios (imobiliários)!
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