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terça-feira, 31 de maio de 2011

Uma chuva de dinheiro

Há dias ouvia nas notícias, num comício do Bloco de Esquerda, o Dr. Francisco Louçã a dizer que iria chover «rrrrrios de dinheiro». (Nota: quando lerem, terão de o fazer com o mesmo som que o Dr. Louçã diz os rrrr's, senão não tem o mesmo efeito, para além de perder toda a piada).

Seriam pois «rrrrrios de dinheiro» mas nada iria para o bolso dos Portugueses. Ia para a Banca, para o buraco do BPN mas nada para o Zé Povinho.

Lia outro dia uma notícia intitulada «it's pouring money into real estate», quase como que anunciando o fim da crise e da secura de investimento em commercial real estate nos Estados Unidos. Por cá, na Europa, o sector imobiliário cotado, nos próximos 5 anos, só subirá, que nem foguetão em direcção à lua.

Por aqui, por Terras Lusitanas, ouvia outro dia o Dr. Paulo Sousa da CGD a referir que o mercado bancário, em Portugal, teria de entrar num processo de desalavancagem. Com perto de 50% dos empréstimos concedidos concentrados em crédito habitação, e a acrescer mais alguns pontos em crédito à construção, o mercado deveria deslavancar e o sector bancário redireccionar a sua actividade para o que fazia antigamente: financiar negócios, financiar empresas, financiar a economia. Como? O mistério permaneceu sem grande (ou mesmo nenhuma) explicação.

Mas mesmo assim, o sector bancário concede mais de € 470 milhões por mês de crédito à habitação. São quase € 5,5 mil milhões (!) por ano. Repito, 5,5 mil milhões de euros. É caso para dizer: chovem «rrrrios de dinheiro» no crédito habitação em Portugal. Existem «rrrrios de dinheiro» no imobiliário em Portugal e eu ando distraído!

Este meu singelo artigo, com um carácter um pouco mais jocoso, tem alguma razão de ser. Parece-me que continuamos a viver agarrados a fórmulas antigas. Temos em frente equações novas mas insistimos no mesmo sistema e usamos as mesmas fórmulas. Não pode ser! A continuar a sê-lo, garanto-vos que esses «rrrrrrios de dinheiro», num instante, se tornarão na maior seca que Portugal alguma vez já viveu.

Bons negócios (imobiliários)!

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