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terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Short selling na habitação

O que é o short-selling? Como funciona?

De uma forma muito simples, short-selling, ou em Português, "estar curto", "ficar curto" opõe-se a long-buy, em Português, "estar longo" ou "ficar longo". Quando um investidor compra um determinado título (acção, obrigação, etc.), diz-se que ele tomou uma posição longa no investimento, o investidor está longo nesse título. Por oposição, quando vende, o investidor fica curto.

O que acontece é que um investidor pode primeiro vender um qualquer título sem antes o ter comprado e a isso chama-se short-selling. Vejam bem, o perfil de ganhos é o mesmo mas inversamente. Quando um investidor compra hoje por 100 e vende amanhã por 110, o ganho dele é de 10. Se o mesmo investidor tiver a expectativa que o título vai desvalorizar, porque não vender hoje por 100 e comprar amanhã por 90? O ganho continua a ser de 10.

A tomada de decisão de qualquer investimento é sempre baseada em expectativas futuras. Assim sendo, se a expectativa do investidor é de desvalorização de um qualquer título, o recurso ao short-selling permite-lhe ganhar com os seus investimentos, mesmo numa conjuntura de descida do valor dos activos.

E no imobiliário, é possível fazer short-selling? Com índices imobiliários, é claro que sim e funciona exactamente da mesma forma que com acções ou outros produtos mobiliários. E com casas, por exemplo?

O short-selling na habitação é simples. Ocorre quando um mutuário de crédito habitação decide entregar a sua casa ao banco financiador por um valor acordado entre as partes abaixo do valor da dívida. Havendo um negative equity (valor do imóvel inferior ao valor da dívida), a entrega da casa ao banco pelo valor do imóvel é uma operação de short-selling.

Em baixo, deixo-vos um vídeo explicativo sobre o short-selling na habitação.



Bons negócios (imobiliários)!

2 comentários:

Hugo Freire disse...

Pode ter sido impressão minha mas isto mais não é do que chegar a acordo com o Banco ou com algum comprador e vender-lhe a casa a um determinado preço (mais ou menos por acaso) é abaixo do preço da divida restante, o que não é suficiente para ser um short seling. Para o ser, A teria de vender uma casa a B sem ser propritário da mesma e posteriormente adquiri-la para a entregar a B (nacked short sellin) ou a quem lhe havia emprestado por qualquer tipo de contrato (short seling). Ou muito me engano ou nada disto se passa no exemplo apresentado.

Estou a ver alguma coisa mal??

Bons Negócios.

Gonçalo Nascimento Rodrigues disse...

Meu caro Hugo,

Antes de mais, peço desculpa pela demora na resposta!

Está a ver tudo correctíssimo, salvo algumas "nuances imobiliárias".

Antes de mais, e como disse e bem, quando vendemos algo que não temos e nem sequer prometemos vir a ter, isso sim é naked short-selling. Mas podemos vender hoje aquilo que sabemos que vamos ter no futuro (short-selling).

Com uma casa, poderíamos eventualmente fazê-lo: vendo hoje uma casa que prometi comprar daqui por X tempo.

Mas isso, no imobiliário, não se intitula short-selling de habitação. É, apenas, acordar com o Banco a venda da casa a outrém por um valor inferior à dívida (e não, não é por acaso).

No imobiliário, nem sempre os termos financeiros são 100% idênticos e/ou aplicáveis.

Na net tem muita coisa para ler sobre o assunto. Alguns exemplos:

http://www.makinghomeaffordable.gov/programs/exit-gracefully/Pages/hafa.aspx

http://en.wikipedia.org/wiki/Short_sale_(real_estate)

http://realtytimes.com/rtpages/20070917_shortsale.htm

Cumprimentos.