Consultor
Square Asset Management
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Já há algum tempo que pensava em escrever algo sobre este fenómeno do relacionamento entre profissionais competentes (uns mais, outros menos), que gerem o seu relacionamento com a perspectiva de obter vantagens ou de influenciarem decisões. Até aqui, nada a dizer, o problema é que esta gestão obedece a códigos e regras, que na maioria dos casos são desconhecidos, ou mesmo propositadamente ignorados, tornando a intenção de gestão de relacionamentos desprovida de princípios e sem barreira de meios para atingir fins.
Hoje escrevo particularmente sobre os dois maiores desafios externos que podemos encontrar quando formamos uma empresa, ou quando pretendemos dar início a um projecto: a concorrência (ultrapassável com competência); e os lobbies existentes na área (ultrapassável com lobbying, networking ou com cunha…).
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Já há algum tempo que pensava em escrever algo sobre este fenómeno do relacionamento entre profissionais competentes (uns mais, outros menos), que gerem o seu relacionamento com a perspectiva de obter vantagens ou de influenciarem decisões. Até aqui, nada a dizer, o problema é que esta gestão obedece a códigos e regras, que na maioria dos casos são desconhecidos, ou mesmo propositadamente ignorados, tornando a intenção de gestão de relacionamentos desprovida de princípios e sem barreira de meios para atingir fins.
Hoje escrevo particularmente sobre os dois maiores desafios externos que podemos encontrar quando formamos uma empresa, ou quando pretendemos dar início a um projecto: a concorrência (ultrapassável com competência); e os lobbies existentes na área (ultrapassável com lobbying, networking ou com cunha…).
Em relação ao primeiro desafio,
existem regras, princípios e atitudes, algumas até regulamentadas e que nos
permitem definir estratégias de actuação. Pode contudo haver concorrência
desleal, definindo-se qualquer acto contrário às normas e usos honestos de
qualquer ramo de actividade.
Quando falamos de lobbies, a coisa
muda, as empresas que controlam e fazem lobbying costumam ter uma pessoa, ou
mesmo departamento denominado de RP - Relações Públicas, cujo seu grande
objectivo é o de potenciar e apoiar a sua vantagem competitiva e actividade
comercial, planeando relacionamentos estratégicos e pertinentes, monitorizando
as atitudes dos clientes e distribuindo informação e comunicação que
proporcionem influência a seu favor ou dos seus interesses.
Nos países Anglo-Saxónicos (EUA,
Reino Unido, entre outros), o lobbying é considerado uma actividade assumida e
profissionalizada, com regulamentação própria. Nos países latinos, e aqui inclua-se
Portugal, o lobby continua a ser sinónimo recorrente de cunha, compadrio ou
tráfico de influências, sem regras, sem limites, sem identificação clara de
intervenientes.
Mas o mais engraçado, e arrisco-me
a dizer de forma inconsciente, é que no nosso dia-a-dia promovemos muitas vezes
lobbying, através de recomendações, pedidos feitos a pessoas influentes (por
vezes amigos e até mesmo familiares) e muitas vezes a título de retribuição de favores.
Como é natural, não nos preocupamos
muito com a falta de ética, ou mesmo se estamos a infringir qualquer código
deontológico, pura e simplesmente porque este não existe, prevalecendo apenas o
bom senso e princípios que cada um de nós tem no que diz respeito a
relacionamentos e contrapartidas.
Existem por isso, na minha visão,
dois tipos de lobbying: o mau lobbying e o bom lobbying.
Não existe nenhum problema em
utilizar o nosso networking para fazer lobbying e conseguir levar a bom porto
ou mesmo mais longe os nossos objectivos, potenciando-os e ajudando alguém a obter
vantagens com a realização destes, mesmo que essa pessoa seja um amigo, ou até
um familiar. O que importa aqui, é que essa pessoa tem de ser competente, ou
seja, tem de cumprir o seu papel. A esta influência eu chamo-lhe, o bom lobbying.
Na minha vida profissional de
mediador imobiliário, e mesmo após esse período, tenho recebido imensas “pressões”
de pessoas que me procuram a pedir ou oferecer algo por serem conhecidos ou
amigos. Estive em várias posições do lobby, mas em todas elas agi da mesma
forma, verificando se perante estas pessoas que contacto, ou que me contactam, estarei
à altura de satisfazer as suas expectativas perante o que me solicitam, ou se
terão elas know-how e networking suficiente para satisfazer o que eu procuro?
Tentei sempre aplicar o bom lobbying,
utilizando sempre o meu networking numa relação de win-win, sempre com provas
dadas, com relacionamentos que perduram e que não se comprometem.
Para terminar, gostaria de vos
fazer reflectir num dos significados da palavra cunha que de certeza não vai de
encontro a um significado positivo, apenas porque, temos feito mau uso deste
termo: Pessoa influente que pede em favor
de outra com empenho. Empenho ou recomendação de pessoa importante ou influente.
Por isso, façam bom lobbying e cuidem
bem do vosso networking!!!
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