Por Francisco Barros Virgolino
Director da Proprime
«(...) o período de boom em que tudo se comprava ainda em planta e com preços instáveis já terminou!»
--
Angola é um
destino alvo de muitas empresas para promover e investir em imobiliário, entre
as quais as oriundas de Portugal! Este é um movimento que tem vindo a crescer
nos últimos anos, a par do aumento de necessidade de produtos imobiliários em
Angola, cuja economia na última década fez emergir novos consumidores. Dito
isto, e para quem tenciona desenvolver imobiliário em Angola, acima de tudo, no
que concerne o mercado imobiliário Angolano na atualidade, é preciso considerar
um pressuposto de base: o período de boom em que tudo se comprava ainda em
planta e com preços instáveis já terminou!
A emergência
de uma procura com novas características está a mudar o mercado imobiliário de
Angola, que atravessa uma nova fase de desenvolvimento, na qual se tem vindo a
caminhar para um maior equilíbrio entre as forças de procura e da oferta,
procurando-se uma maior adequabilidade ao que são as necessidades reais de uma
economia onde começa a despontar uma classe média que se depara com um deficit
habitacional bastante elevado.
Por outro lado, o crescimento da economia tem
também motivado uma maior atividade empresarial - quer através da instalação de
empresas multinacionais no país, quer no crescimento e criação de empresas
nacionais - o que fez crescer também as necessidades de espaços de
escritórios. Estes fatores conjugados, fazem igualmente notar a ainda escassa
oferta de espaços comerciais modernos e estruturados, assim como de um imobiliário
industrial mais vasto para dar resposta a necessidades de consumo emergentes
diferentes das que existiam há uma década atrás. No turismo, a palavra de ordem
é também a desadequação entre oferta e procura, sendo óbvio o potencial de
desenvolvimento que o mercado Angolano tem nesta área e que vai muito além do
segmento corporate.
Assim,
estamos perante um novo mercado que necessita de dar resposta a uma nova procura.
Falamos de uma procura que é, por um lado, mais abrangente – isto é, que
integra uma maior base de consumidores, devido, sobretudo, à emergência da
classe média e à maior abertura no acesso ao financiamento bancário -mas
também mais cautelosa.
O primeiro reflexo de uma procura com estas
características foi o abrandamento no ritmo de vendas de imóveis em planta e
mais importante, um impacto nos valores do imobiliário neste país, esperando-se que estes estabilizem face a períodos anteriores
com maior desequilíbrio. Esta nova fase do mercado imobiliário de
Angola caracteriza-se também por esse maior equilíbrio entre a oferta e a
procura nos diversos segmentos, e além disso por uma maior profissionalização
da indústria imobiliária e a criação e introdução de diversos mecanismos
criados pelo Governo para, por um lado, garantir o acesso mais abrangente da
população a produtos imobiliários, mas que terá, também, um impacto importante
na captação de investimento institucional.
Em suma, para quem pensa desenvolver imobiliário em
Angola, as oportunidades são muito diversificadas, mas um correto estudo do
mercado, da procura que se pretende atingir e da adequação do produto a essa
procura é determinante para um investimento sólido! Abordar o mercado sem essa
ferramenta é um risco.
Sem comentários:
Enviar um comentário