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quinta-feira, 21 de setembro de 2017

4 tendências na mediação imobiliária - Parte II

No meu último artigo, partilhei convosco duas das quatro principais tendências para a mediação imobiliária no cenário internacional actual. Hoje, continuo, apresentando mais duas dessas tendências.

Desintermediação

Falou-se muito da desintermediação imobiliária, chocando muitas pessoas mais resistentes e que com um certo medo se recusam a aceitar esta tendência procurando criar alterações legais (neste caso específico na Argentina) para obrigar a que a mediação imobiliária seja obrigatória para todas as transações, não permitindo assim um eventual perigo de extinção da profissão.

Algumas áreas ligadas a determinados serviços vão sentir de facto esta tendência vendo desaparecer profissões, pelo menos da forma como as conhecemos hoje. Estima-se em diversos estudos que são cerca de 50 profissões, entre elas, a profissão de agente imobiliário. Claro que estamos falar da profissão como a conhecemos hoje, na sua forma mais escassa e rudimentar como: mostrar casas; colocar anúncios na internet; tratar de documentação (cada vez mais rápida e digital); etc.

Existe contudo uma variante clara na profissão, pois cada vez mais as pessoas vão precisar de um especialista imobiliário que será cada vez mais um consultor, ou quem sabe um representante, que garanta confiança, domínio da forma de consulta e interpretação da informação disponível e capacidade de negociação. Estes serão definitivamente os pontos a ter em conta, bem como a capacidade no trato e na forma.~

Os profissionais desta e de outras áreas vão ser cada vez mais técnicos de pessoas, e cada vez menos de imóveis, a tecnologia irá substituir grande parte das tarefas que os agentes imobiliários fazem hoje, tornando-os cada vez mais concentrados na especialização da informação e na adaptação da mesma às necessidades de pessoas, passamos de vendedores a consultores ou conselheiros. Esta tendência já se demonstra cada vez mais próxima, pois se não se aporta valor ao nosso cliente, não se é relevante.

O pós-venda, o trabalho dos CDI, a capacidade de envolvência com a comunidade e o reconhecimento e confiança comprovada como alavanca de tudo o que falei, vai fazer com que muitos profissionais desta área desapareçam de facto, mas apenas para dar lugar aos que respeitam e compreendem esta tendência.

Velocidade

O mercado imobiliário sempre foi, e talvez ainda seja conhecido como um mercado lento, com tempos de absorção vagarosos e com um excesso de burocracia. Na Europa, Estados Unidos e em Portugal em específico, talvez esta fase já tenha começado a sua viagem de mudança, observe-se por exemplo os prazos de tramitação hoje e os que existiam há 20 anos, nada a ver. Talvez na América do Sul não seja ainda tão claro. Os processos mais céleres de tramitação vão provocar uma natural evolução na rapidez das transações, tendo também uma repercussão direta nos ciclos imobiliários mais curtos que temos estado a assistir nos últimos anos. Tudo vai ser digital e com cada vez menos burocracia, o que representa não só uma clara adaptação das agências imobiliárias, bem como das pessoas que são responsáveis por estas tarefas.

Concluindo, há que ter em conta que hoje as mudanças são mais rápidas e também mais evidentes devido à facilidade e acessibilidade da informação, quem estiver atento ao mercado e às suas alterações, quem se souber antecipar, adaptar ou talvez reinventar, vai continuar a estar no mercado, e quem sabe, vai tornar-se num líder neste, os outros irão atrás ou desaparecerão de forma natural.         

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Por Massimo Forte
Consultor Independente

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