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segunda-feira, 18 de junho de 2018

Casas do futuro: pequenas ou grandes?

O sector da habitação está num processo de transformação grande, procurando adaptar-se a novas realidades do mercado. Novos conceitos vão aparecendo, o investimento no sector aumenta com novos players de mercado. Ao mesmo tempo, um reduzido nível de oferta face a uma elevada procura, além do facto do activo imobiliário se ter tornado em definitivo um activo de investimento, faz com que os preços na habitação subam, com maior enfoque nos grandes centros urbanos.

É assim em Portugal mas é assim em grande parte do Mundo desenvolvido.

Perante esta alteração de paradigma que vivemos, alteração essa que ocorreu de forma muito rápida, assistimos a uma mudança na nova construção (leia-se nova, como construção nova de raíz e/ou reabilitada), com uma aposta clara em fracções residenciais de menor dimensão. Esta aposta, no meu entender, centra-se fundamentalmente em dois factores:
  • O aumento dos preços torna o activo muito caro, em valor absoluto, para muitos potenciais compradores. Reduzindo a área, o preço final fica também ele mais reduzido, isto apesar de um aumento no preço € /m2;
  • Existe uma nova geração de first-time buyers que privilegia localização, acessos, transportes e serviços de proximidade à área da fracção. Inclusive, passa menos tempo em casa, não sentindo necessidade de tanto espaço.
Trata-se de uma alteração de mercado que, a meu ver, faz todo o sentido. Inclusive, em Lisboa começamos a ver novos empreendimentos imobiliários com muitas fracções de tipologia T0 e T1, quando a norma era construir T2, T3 e T4.

Mas será que esta virá a ser a norma do mercado?

Aqui há tempos li um artigo interessantíssimo que referia que as casas do futuro seriam macro, não micro. A reflexão é oportuna. De facto, está claramente subjacente nesta nova procura a necessidade de menos espaço pelas razões acima apontadas. Mas o que será mais apropriado? Ter uma casa pequena, onde se vive eventualmente sozinho, ou uma casa maior que possa ser partilhada?


A pensar nisto, a empresa oWow desenvolveu um conceito de casas partilhadas, para arrendamento, a um preço suportável por qualquer norte-americano. Cada um pagará um valor por quarto. As casas são, pode dizer-se, flexíveis. A sua construção incorpora paredes amovíveis para adequar o espaço às necessidades e número de arrendatários.

Qualquer norte-americano que tenha um rendimento entre 50% a 80% abaixo do rendimento médio de mercado, terá condições para pagar uma renda neste tipo de apartamentos. Neste momento, a empresa tem já 5 projectos no mercado com um total 1.300 apartamentos a construir no mercado.

Mas apesar do conceito ser interessante e muito oportuno (num mercado onde o preço das rendas tem subido muito, dificultando ainda mais todo um processo de encontrar uma casa que se consiga pagar), partilhar uma casa é sempre algo complicado. Encontrar a(s) pessoa(s) certa(s) para o fazer pode tornar todo este processo difícil.

Assim, a oWow desenvolveu uma app que facilita todo esse processo. Qualquer pessoa pode registar-se nessa app e com base num inquérito, procurar definir o perfil de pessoa com quem gostaria de partilhar a sua casa. A app, com um algoritmo bem definido, tratará de apresentar as hipóteses mais adequadas.

O futuro está mesmo aí, à nossa frente. O mercado mudou. A tecnologia existe para complementar todas estas alterações do mercado.

Bons negócios (imobiliários)!

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Por Gonçalo Nascimento Rodrigues
Main Thinker, Out of the Box

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