O mercado imobiliário em Espanha iniciou o ano de forma solida, com a realização de vários negócios de grande volume nos sectores de escritórios, NPL’s e residencial e concretização de operações também nos sectores de logística, retalho e noutros segmentos alternativos.
Escritórios
No sector de escritórios, a Reuben Brothers completou a compra da Cidade Financeira do Santander, a sede do banco Espanhol situada na periferia de Madrid, por 283.73 milhões de euros. Ainda em Madrid, a Zurich adquiriu o portfolio Ilunion, da Blackstone, que compreende 4 edifícios de escritórios por 163.5 milhões de euros, a LaSalle Investment Management comprou à Royal Metropolitan, a sede da Repsol na área Méndez Alvaro por 100 milhões de euros e a Green Oak vendeu 5 edifícios de escritórios à Barings e a um outro comprador anónimo por 74.3 milhões de euros. Noutros pontos da capital espanhola, a Lar España vendeu a Torre Spinola por 37 milhões, a Azora adquiriu um edifício de escritórios na rua Llano Castellano, 51 (a sede do grupo Cortefiel) por 28.3 milhões e a Socimi Saint Croix Holding comprou um edifício de escritórios na Calle Juan Ignacio Luca de Tena, 17 por 24 milhões.
Entretanto, a Starwood Capital comprou o Omega Business Park em Madrid e um edifício de escritórios no distrito @22 de Barcelona, à Socimi Autonomy por 125 milhões de euros. Também na capital Catalã o BNP Paribas comprou à Goldman Sachs a sede da Agbar’s por 60 milhões de euros, a Arcano vendeu dois edifícios de escritórios em L’Hospitalet de Llobregat a um Family Office por 40 milhões e a AEW comprou um edifício de escritórios na calle Joan Miró no centro de Barcelona por 28.8 milhões de euros.
NPL’s
No sector de NPL’s os bancos Espanhóis continuaram a sanear os seus balanços. Unicaja levou a cabo a venda de 2 portfolios de activos com o valor nominal de 330 milhões de euros à Cerberus (230 milhões de euros) e à AnaCorp (100 milhões de euros) por 120 milhões de euros. O Banco Sabadell e o CaixaBank figuram no Top 5 do ranking Europeu da Debtwire de entidades que mais ativos tóxicos venderam em 2018, em 4º e 5º lugares, com um desinvestimento de 12.6 mil milhões e 12.1 mil milhões de euros, respetivamente. De acordo com este relatório, o sector Espanhol vendeu activos tóxicos no valor de 43.2 mil milhões de euros no último ano, comparado com os 51.7 mil milhões em 2017 – um decréscimo de 16 %, reflexo do progresso no sector nos últimos 2/3 anos.
Residencial
No sector residencial, a Via Célere integrou os ativos imobiliários (terrenos e novos empreendimentos) da Aelca, tornando-se uma das maiores promotoras imobiliárias em Espanha, com um volume bruto de activos no valor de 2.2 mil milhões de euros e um “land bank” para a construção de 25.000 casas. O fundo Hispano-Suíço Stoneweg comprou à Dragados uma parcela de terreno destinada a construção de habitação que se estende por 40,000 m² no centro de Madrid por 130 milhões de euros, onde duas torres residenciais de luxo vão ser construídas, com um total de 700 apartamentos. Ainda no sector residencial, a Lennar Corporation vendeu 30 ativos do seu portfolio a vários compradores e a VBare Socimi adquiriu um edifício na Rua Vallehermoso em Madrid que inclui 27 casas e 2 lojas por 5.3 milhões.
Logística e Indústria
No sector de logística, a Gramercy Property Europe III adquiriu 3 armazéns em Constantí, Barcelona por 32.25 milhões de euros, a Pulsar Iberia Logistics, a joint venture criada pelo fundo de investimento KKR, comprou 4 armazéns de logística em Madrid e Barcelona, a empresa Galega Unifersa adquiriu 42,000 m² de terreno na Corunha, e a Segro comprou 28,500 m² de armazéns em Granollers, Barcelona, os valores não foram revelados. Finalmente, a gestora de imóveis Azora lançou um veículo para investir 250 milhões de euros em plataformas logísticas, um segmento com crescente interesse.
Retalho
Com a atividade mais reduzida no sector de retalho, mesmo assim, a Carmilla, uma subsidiaria da Carrefour, adquiriu o centro comercial La Verónica em Antequera (Málaga) por 16 milhões, e a General de Galerias Comerciales comprou vários terrenos destinados a actividades de comercio em Rincon de La Vitoria (também em Malaga) por 11.5 milhões de euros.
Uso alternativo
A Francesa Korian fez a sua estreia em Espanha com a compra de 7 casas de repouso, também em Málaga, compreendendo um total de 1.300 camas, ao grupo residencial Andaluz, Seniors, cujo valor não foi revelado. Entretanto, a seguradora Catalã Fiatc, que actualmente já gere 3 casas de repouso, anunciou o seu plano para investimento de 86 milhões de euros em mais residências deste tipo.
Ainda sobre espaços de utilização alternativa, Barcelona anunciou o equivalente ao co-working residencial: o co-living. O modelo envolve quarto e casa de banho privativos e áreas comuns de grande superfície que incluem salas de cinema e jogos, biblioteca, ginásio, restaurantes e piscinas. Seguindo o exemplo bem-sucedido de implementação de modelos de co-living noutras cidades como Nova York, Chicago, Londres e Tóquio, vários operadores estão agora a voltar as suas atenções para Barcelona.
Com a previsão de subida do PIB em 2.2% em 2019 (de acordo com o banco de Espanha), dos preços da habitação a crescer 5% e o número de vendas a aumentar em 13%, excedendo as 600,000 unidades no total, prevê-se um ano de crescente investimento no sector imobiliário Espanhol.
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