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segunda-feira, 1 de abril de 2019

Crédito Habitação subiu 19% em 2018

O crédito habitação em Portugal voltou a fechar em alta no ano de 2018. Os novos empréstimos à habitação levam já 6 anos consecutivos de subida. Em 2018 foram concedidos € 9.835 milhões em crédito para compra de casa, um valor 19,1% acima do montante registado em 2017.

Fonte: Banco de Portugal

No entanto é perceptível pelo gráfico apresentado que apesar das consecutivas subidas nos novos montantes de crédito habitação concedidos no mercado, o valor registado de 2018 encontra-se ainda bem abaixo dos montantes emprestados antes da crise financeira vivida em Portugal mas já muito próximo do período entre 2009 e 2010.

Apesar dos bancos portugueses estarem a emprestar mais dinheiro, a verdade é que o stock total de crédito habitação não para de cair. Significa isto que, na prática, existe mais crédito amortizado que novos montantes concedidos.

Fonte: Banco de Portugal

O gráfico apresentado é bastante elucidativo. Desde 2011 que o saldo entre novos empréstimos e amortizações é negativo, tendo o mercado desalavancado um total superior a € 20 mil milhões neste período. Este dado é bastante relevante.

A desalavancagem do segmento residencial

De facto, o mercado residencial em Portugal concentra hoje menos dívida do que no período pré-crise. Se durante os anos de 2011 a 2013, a desalavancagem era quase inevitável, por força da imposição da Troika à limitação na concessão de novo crédito, como também pelo próprio mercado que registou quedas assinaláveis no montante e número de transacções, já a partir de 2014 tal poderia não ter eventualmente acontecido.

Na realidade, aquilo que observamos foi por um lado uma recuperação assinalável do mercado residencial, com aumento de vendas e preços, ao mesmo tempo que o montante total de crédito habitação mantinha a sua rota descendente. A alavancagem subiu um pouco desde 2014 mas encontra-se ainda muito distante dos valores observados há 10 anos atrás:

Se em 2009, 92% das casas vendidas em Portugal se concretizavam com recurso a crédito, em 2018 esse valor caiu para 56% E fazendo a mesma análise mas em valor (€), esse rácio cai para 41%. Significa isto, então, que o mercado está a comprar com menos recurso a dívida. Trata-se de um factor muito relevante quando se pretende analisar a possibilidade de ocorrência de bolhas imobiliárias.

Bons negócios (imobiliários)!

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