Segundo dados da C&W, «Durante o primeiro semestre de 2014 a tendência de
recuperação do mercado de investimento comercial foi inequívoca. Entre Janeiro
e Junho foram fechados em Portugal mais de uma dezena de negócios em
imobiliário comercial para rendimento que envolveram acima de €110 milhões.
Para esta retoma contribuiu a maior atividade por parte dos
investidores internacionais, responsáveis por mais de 70% do volume total de
investimento, um valor acima da média dos últimos 10 anos, que se situou em
cerca de 50%. Impulsionado pela maior presença de investidores particulares, em
parte motivados pela Autorização de Residência para Efeitos de Investimento,
também conhecida por Golden Visa, o volume médio por negócio de investimento
comercial situou-se nos €10 milhões, abaixo da média dos anos anteriores.
O maior negócio de investimento até ao momento foi a venda
do portfólio de imóveis ocupados pela EDP na zona do Marquês de Pombal, por
parte do Grupo EDP aos investidores americanos GA Capital, por um valor aproximado
de €56 milhões. Este negócio impulsionou a primazia do setor de escritórios
durante a primeira metade do ano, tendo sido responsável por mais de 60% do
total de investimento comercial.
No que se refere aos valores de mercado, as yields referentes aos produtos prime de referência em todos os setores
do imobiliário comercial verificam quebras face ao ano anterior. As yields do setor de escritórios,
claramente o mais procurado pelos investidores institucionais, acusaram a
primeira correção em baixa desde 2007 e a maior quebra acumulada nestes últimos
seis meses. Em Junho, as yields prime
do mercado situam-se nos 6,50% para escritórios, 7,00% para centros comerciais,
6,25% para comércio de rua e 8,75% para industrial.
Mais relevante ainda, e prova da mudança do sentimento de
mercado, decorrem atualmente diversas negociações de dimensão relevante para
venda de ativos, portfólios de imóveis, bem como portfólios de dívida de ativos
imobiliários, o que cria um potencial para que 2014 seja um ano com forte
atividade no mercado de investimento.
Relativamente ao investimento imobiliário comercial para
efeitos de rendimento, espera-se uma confirmação do regresso dos investidores
institucionais, bem como a manutenção do interesse de investidores privados, ou
family offices, não só estrangeiros
mas também nacionais. A maior atratividade do setor de escritórios deverá
manter-se, assim como no segmento do comércio de rua em localizações prime, este último a registar uma maior
procura por parte de investidores privados. No setor dos centros comerciais e retail parks, esperamos também assistir
às primeiras transações em anos por parte de investidores institucionais.»
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