Madrid recebeu a 19º conferencia imobiliária SIMA entre 25 e 28 de Maio. O evento recebeu um numero recorde de visitantes e expositores, mais 9% e 20%, respetivamente, quando comparado com 2016. Para além disso, a presença de expositores internacionais foi seis vezes maior do que no ano de 2015, reflectindo o renovado interesse por parte de investidores internacionais em Espanha. A maioria dos especialistas que participaram no evento concordam que o sector imobiliário em Espanha está a atravessar um período de estabilidade.
Em termos da actividade comercial no mês de Maio, o sector de vendas esteve particularmente activo, já que várias transacções foram realizadas em todo o país. A empresa Britânica Intu vendeu 50% do centro comercial Xanadú em Arroyomolinos (Madrid) à TH Real Estate por 264.4 milhões euros, metade do preço que tinha sido pago por Ivanhoé Cambridge pela totalidade do imóvel em Março. Depois de vários meses de negociações, as duas empresas criaram uma parceria para gerir o centro comercial, que planearam de forma a criar um espaço de lazer de excelência. Também a empresa Francesa Klépierre adquiriu o centro comercial Nueva Condomina, em Murcia, por 233 milhões de euros, o fundo Britanico M&G Real Estate comprou o portfolio de 16 filiais do banco Santander da Socimi URO Property por 56,2 milhões; a Schroder European Real Estate Fund comprou o centro comercial Metromar em Sevilha por 52,5 milhões de euros; e a CBRE GI adquiriu 70% do centro comercial H2O Rivas em Madrid por uma quantia não revelada.
No sector hoteleiro, uma transacção em particular eclipsou todas as outras, uma vez que definiu o destino do Edificio España (Madrid), numa operação de três fases, depois de meses de negociações. O Wanda Group acabou por vender o edifício de 27 andares ao Baraka Group por 272 milhões de euros, conforme planeado. Após a transacção, a cadeia hoteleira RIU encarregar-se-á da construção e da gestão do hotel que virá a instalar-se no emblemático edifício. A cadeia hoteleira planeia dar inicio aos trabalhos de construção de imediato, convertendo o edifício da Praça de Espanha num hotel de 4 estrelas, com 650 quartos. Entretanto, a HI Partners adquiriu 3 hoteis nas Ilhas Canárias à Lopesan por 104 milhões de euros, a Didra Group adquiriu o Gran Hotel Velazquez por 58 milhões de euros, and B&B Hotels vendeu oito dos seus estabelecimentos ao fundo de investimento Corum por 30 milhões de euros. Mais actividade é esperada neste sector durante os próximos meses, em particular em Madrid, depois da Savills ter publicado um relatório que demonstra que a capital Espanhola é a terceira cidade mais atractiva para investimento hoteleiro na Europa, atrás de Dublin e Milão, e seguido por Londres e Barcelona.
Entretanto, no sector dos escritórios, a empresa José Lladó’s, Tecnicas Reunidas, comprou o edifício de escritórios na Rua Suero Quiñones, 42 em Madrid, Merlin vendeu a sede da Endesa em Malaga a um family office e o BBVA completou duas vendas - a primeira transacção à FREO (envolve um portfolio de 14 edifícios de escritórios espalhado pelo território espanhol) e a segunda transacção ao Puig Group (envolve a sede do referido grupo empresarial em Barcelona).
Outra transacção importante que teve lugar durante o mês de Maio foi registada no sector bancário com a venda de uma carteira de hipotecas da Catalunya Banc’s no valor de 300 milhões de euros por parte da Blackstone.
Em termos de transacções “corporate”, o fundo de private equity KKR e o gestor de activos Dunas Capital uniram-se em Maio para a compra da cadeia Intertur Hotel, que detém cinco hotéis em Mallorca e Ibiza, num negócio de 100 milhões de euros; Cushman & Wakefield está em vantagem para se tornar na favorita para a compra da Aguirre Newman; já os donos da Empark juntaram-se à JP Morgan para encontrar um comprador disposto a pagar 850 milhões de euros pelo parque de estacionamento Europeu.
Por outro lado, a Reyal Urbis está cada vez mais próxima do precipício, seguindo o Sareb, o seu maior credor (a quem deve mil milhões de euros), rejeitando o plano de pagamento proposto pelo promotor imobiliário para contornar a liquidação. É muito provável que a anterior gigante imobiliária, que declarou falência em 2013, e que registou perdas de 34 milhões de euros no primeiro trimestre do ano, venha agora a seguir as pegadas da sua anterior competidora Martinsa Fadesa.
Numa nota mais positiva, o interesse no sector residencial continua a crescer, face aos factores económicos, socio-demográficos e de emprego que alinharam para o aumento da procura de casas, em particular pelo arrendamento. Neste contexto, a VBare anunciou os seus planos para investir 100 milhões com o fim de expandir o seu portfolio de casas para arrendar, além de Madrid; Stoneweg confirmou que está planeada a construção de 2000 casas para 2017; Emerige comprometeu-se a construir 200 casas em Madrid ainda no corrente ano e os gigantes Ferrovial, FCC, Acciona e ACS confirmaram que estão novamente a construir. Além disso, a Sareb anunciou seus planos para criar um Socimi para as suas propriedades de arrendamento, numa jogada surpresa, mas bem-vinda; e os principais (novos) jogadores neste segmento, Neinor, Aedas, Aelca e Vía Célere, continuaram a comprar lotes de terra e construir novas casas.
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