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segunda-feira, 8 de abril de 2019

Novos desafios para a mediação imobiliária

Há cerca de 2 anos escrevia sobre os desafios para a mediação imobiliária em 2017. Na altura, apontava alguns pontos que considerava importantes para este sector de actividade:

- A dificuldade na angariação perante o crescimento na escassez de oferta;
- O desafio entre a especialização e um posicionamento mais genérico;
- A alteração na forma e meios de comunicação;
- A aposta no serviço.

Dois anos volvidos, verifica-se que o mercado evoluiu e se tornou ainda mais desafiante. Vendas e preços em alta, oferta cada vez mais escassa e forte aumento na concorrência no sector. O crescimento no número de agências e de mediadores imobiliários tornou ainda mais difícil a angariação e mais necessária a inovação na comunicação, uma correcta definição de posicionamento e a aposta no serviço como factor de diferenciação.

Durante este tempo, vários players cresceram. Cresceram em número de agentes, cresceram em facturação, cresceram os seus espaços de trabalho. Tudo isto acarreta mais custos e obriga a que todos devam estar bem alertas para a necessidade de gerir bem os seus negócios. Há que pensar a médio/longo prazo e não tomar decisões pensando apenas no curto prazo. O mercado tem ciclos e começa já a mostrar poder mudar. Há que estar preparado.

Por tudo isto, os desafios aumentam. Julgo que se manterão os mesmos de há dois anos atrás mas haverão mais:
  • Aumento da gama de serviços - não basta pensar em serviço ao Cliente. Já muitos perceberam que a mediação imobiliária não se pode cingir à "mera" venda de um imóvel mas há que entender que serviços correlacionados com essa mesma venda podem alavancar o negócio. Perante o aumento das suas estruturas, poderá ser importante para um agência diversificar a sua oferta de serviços. A aposta na gestão de imóveis, derivado inclusive do aumento de compradores estrangeiros e investidores, é um bom exemplo disso mesmo;
  • Especialização / posicionamento - com o mercado em alta, escassez de alternativas e uma procura cada vez mais informada e criteriosa, é tempo de especialização e posicionamento de mercado. Um agente imobiliário deverá definir-se com um Consultor, especialista num determinado segmento e/ou localização e/ou tipologia de produto. Isso fará a diferença junto do comprador no momento da decisão;
  • Por isso julgo ser (quase) inevitável uma "evolução" da mediação imobiliária para uma consultoria imobiliária;
  • O uso das tecnologias tornar-se-à inevitável. A substituição de algumas tarefas, tipicamente adstritas a um mediador, pela tecnologia acabará por acontecer, mais tarde ou mais cedo. Há que estar preparado para essa mudança. O mediador deverá ser capaz de perceber onde realmente pode (e deve) marcar a diferença e tornar-se uma mais-valia para o seu Cliente;
  • Aposta no research / informação. Informação de qualidade e em tempo útil será cada vez mais importante para um mediador, quer no processo de angariação, quer no processo de venda de um imóvel.
Para que tudo isto possa acontecer, parece-me fundamental que todos invistam num aumento das suas competências e conhecimentos. E isso só é possível com aprendizagem, formação e muita experiência.

Bons negócios (imobiliários)!

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