Desde inícios de 2017 que a banca em Portugal tem mantido uma tendência crescente na concessão de crédito à aquisição de habitação. É verdade que após alguns anos de quebra, desde 2013 que os bancos têm aumentado a sua exposição ao segmento residencial mas de facto os últimos dois anos foram anos de mais crédito à compra de casa.
O ano de 2018 encerrou com um total € 9,8 mil milhões de financiamentos concedidos para a compra de casa, um valor que ficou acima dos € 8,26 mil milhões registados em 2017. Longe vão os tempos de 2012 com menos de € 2 mil milhões mas também longe vão os tempos de 2007 com quase € 20 mil milhões emprestados.
Fonte: Banco de Portugal
Mesmo numa tendência crescente, o facto é que o total em dívida no mercado tem vindo a cair, com mais reembolsos que novos empréstimos concedidos. O mercado corrigiu de mais de € 115 milhões de financiamentos activos em 2011 para uns actuais € 93 mil milhões. Trata-se de uma queda de quase -20%.
Se os últimos tempos têm sido de maior volume de crédito concedido, a verdade é que nem por isso a alavancagem do sector tem sido superior. Na realidade, apenas 55% da casas vendidas em Portugal estão a ser financiadas, quando há 10 anos atrás esse valor chegava aos 100%.
Fonte: Banco de Portugal, INE
Tratamento: Out of the Box
Em 2009 a banca concedia praticamente tanto crédito como em 2018. No entanto, o mercado hoje está bastante mais activo, com mais vendas e a um preço mediano muito superior, sendo assim a alavancagem bem mais reduzida.
Taxas de Juro em queda
O facto das taxas de juro se encontrarem em mínimos históricos é algo que naturalmente favorece a concessão de mais crédito no mercado, podendo o mutuário adquirir habitação própria com recurso a financiamento de forma mais acessível.
No final de 2018, a taxa de juro média de todos os contratos de crédito habitação existentes no mercado situava-se em 1,053%, sendo que os novos contratos apresentam uma taxa média de 1,42%. Actualmente, em Junho do corrente ano, os novos financiamentos são já concedidos a uma taxa média de 1,27%, sendo este o valor mais baixo de sempre.
E em 2019?
Nos primeiros 5 meses do corrente ano, os bancos já emprestaram um total de € 4,082 mil milhões para a compra de casa, montante que se encontra cerca de 10% acima do valor em igual período de 2018. Mesmo assim, a alavancagem no mercado mantém-se em queda.
No final do 1º trimestre, a Área Metropolitana de Lisboa concentrava quase 38% do crédito total do mercado, sendo o Alentejo a região com maior incumprimento (2,7%). No Norte existem mais devedores enquanto que o valor médio em dívida é muito superior em Lisboa e no Algarve.
De realçar ainda que mais de 75% dos empréstimos à compra de casa apresentam uma garantia real, ou seja, uma hipoteca sobre o bem adquirido. No final do 1º trimestre de 2019, apenas 1,2% dos empréstimos concedidos não tinham qualquer garantia associada.
Bons negócios (imobiliários)!
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