De acordo com dados da consultora
imobiliária global Cushman &
Wakefield (C&W), no primeiro semestre de 2013 continuou a sentir-se
pouco dinamismo por parte dos investidores nacionais e estrangeiros no mercado
imobiliário português. Apesar deste contexto, neste período registou-se um aumento
do volume de investimento no imobiliário comercial (excluindo o investimento
institucional no setor residencial) para cerca de €153 milhões, o que
representa um aumento de 41% face ao volume total do ano anterior. Contudo, há
que referir que este valor é bastante influenciado por uma única transação: a venda
de 50% do centro comercial CascaiShopping, por parte de um fundo gerido pela
Rockspring à Sonae Sierra (que já detinha os outros 50%).
Gráfico: Volume de Investimento no Sector Comercial (2000/2013)
Fonte: Cushman &
Wakefield
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Primeiro semestre
Apesar da implementação dos planos de
consolidação orçamental pelo governo português ter sido bem recebida pelos
principais organismos internacionais, não se verificou qualquer aquisição por
parte investidores estrangeiros durante o primeiro semestre de 2013, o que
compara com a média da última década de 46% das transações totais.
Esta tendência contraria a que se está a
registar na Europa, em que o investimento estrangeiro tem desempenhado um papel
fundamental na maior parte dos setores, com um crescimento de 15% vs. 5% de investimento
nacional.
Gráfico: Volumes de Investimento por Sector (1º Sem 13)
Fonte: Cushman & Wakefield
Quanto aos volumes de investimento por setor
de atividade em Portugal, o setor de retalho, em grande parte pelo negócio já
referido da venda de metade do CascaiShopping, representou cerca de 89% do
total do investimento do semestre. Seguiu-se o setor de escritórios, ao qual foram
destinados 10% do volume total investido e o sector de industrial, com uma
representatividade marginal.
Na Europa¸ os setores de retalho e
industrial têm tido um papel mais predominante no crescimento da atividade
imobiliária ao longo do ano, crescendo respetivamente 14% e 13%, tendo o setor
de escritórios atingido o melhor desempenho do último trimestre, crescendo
cerca de 4% para um total de 15,1 mil milhões de euros, representando 47% do
mercado.
Gráfico: Yields Prime por Sector (2000/2013)
Fonte: Cushman & Wakefield
* Primeiro semestre
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Em relação às yields prime, desde meados de 2007 que têm vindo a corrigir de
forma generalizada, sendo contudo o impacto maior em termos de desvalorização
dos ativos no mercado secundário. Em Junho de 2013 as yields prime situaram-se nos 7% para o comércio de rua; 7,75% para
centros comerciais e escritórios; e 9,75% para industrial. As yields variam entre os 100 e os 275
pontos-base quando comparadas com o pico do mercado em 2007. A incerteza quanto
ao momento em que se irá dar a inversão da curva de crescimento da economia
nacional reflete-se numa estagnação do valor das yields nos dois últimos trimestres, prevendo-se uma manutenção dos
valores até ao final do ano.
1 comentário:
Bom artigo da CW.
Como avaliador imobiliário, a maior das vezes discordo das conclusões deste tipo de research dado que não vejo a correspondência dos dados com a realidade do terreno - não é o caso deste artigo - parabéns à equipa que o fez.
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