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segunda-feira, 31 de maio de 2010

Novo Produto de Crédito à Habitação

Numa ocasião anterior, já aqui tinha falado sobre o novo produto de crédito à habitação que a APEMIP programava disponibilizar aos seus associados.

Não bastava a alavancagem do mercado, a escassez do crédito, o aumento do custo do mesmo mas, sobretudo, não bastava a falta de criatividade!

A Sra. da entrevista que vos deixo hoje diz-se preocupada com tanta cautela dos bancos: valores de transacção próximos dos valores de avaliação (imagine-se!), valores de empréstimo abaixo dos valores de transacção - só nos faltava esta, ter de investir o nosso dinheiro na compra de uma casa!
Este é o nosso fado: quando os bancos emprestavam tudo a todos sem olhar aos riscos, ninguém estava preocupado. Deu no que deu, todos agora se preocupam.

Acho que deveríamos agora estar a preocupar-nos em não "teimar" sempre com as mesmas soluções: comprar casa (em vez de arrendar), pedir crédito (em vez de poupar), desenvolver produtos sem características diferenciadoras... talvez devêssemos estar agora preocupados em encontrar alternativas, procurar soluções criativas, sobretudo, responder às necessidades da procura e não insistir em encontrar escoamento para a oferta.



Bons negócios (imobiliários)!

5 comentários:

Jorge Silva disse...

Concordo em absoluto com esta perspectiva. De facto, o que se passa em Portugal é que pessoas que num raciocínio lógico não deveriam sequer pensar em comprar (endividar-se até ao pescoço) casa, fruto dos seus salários baixos e/ou instabilidade profissional, continuam constantemente a ser "forçadas" a comprar casa.
E para dar um exemplo simples, compare-se um arrendamento em Copenhaga com um em Lisboa:
Por 400Eur, em Copenhaga, há apartamentos mobilados catitas no centro histórico: http://copenhagen.da.craigslist.org/apa/1767903486.html
Em Lisboa, com 400 Eur, aluga-se uma coisa não mobilada no Alto do Lumiar:
http://casa.sapo.pt/Apartamento-T1-Lisboa-Charneca-do-Lumiar-92f36bb8-8b14-477d-95c0-ead7fb4eade9.html .
I rest my case

Unknown disse...

Tendo em consideração o valor das rendas neste nosso país, é perfeitamente peceptivel que se prefira comprar a alugar. O valor mensal poderá ser semelhante e todos os beneficios que forem /são feitos na fracção e a valorizam, revertem a favor do proprietário e não do senhorio. Isto, já p+ara não falar na eventual valorização / desvalorização do imóvel.
O que acontece é que o mercado, fruto duma lei perfeitamente desajustada no tempo, ainda nãose ajustou. Paralelamente, tambem não tem existido a coragem politica de a alterar, de forma a deixar o mercado funcionar. O senhorio continua a se visto como um capitalista que só vê dinheiro e tem de suportar os arrendatários. Finalmente, temos o velho e constantemente falado problema da ineficiencia da nossa justiça.
Neste país, os promotores, durante muitos anos, esquecram-se de que "tudo o que sobe, tem de descer" e foram pagando tudo o que lhes pediam pelos terrenos. Nos anos noventa, cheguei a ver terrenos que aumentavam à razão de 10% ao mês. Era a loucura total!

Gonçalo Nascimento Rodrigues disse...

Meu Caro "L",

Por favor, no próximo comentário identifique-se de forma mais clara.

Não me canso de pedir a todos para assinarem os vossos comentários. É mais claro e justo sabermos sempre com quem estamos a falar.

Um abraço,

Gonçalo

Ricardo Roquette disse...

Caro Gonçalo,

De facto ficámos todos mal habituados e por isso até compreendo que os bancos peçam algum conservadorismo nas avaliações e moderação nos LTV. Mas subida das taxas de spreads mínimos???
Ultimamente tenho obtido algumas explicações por parte de várias entidades bancárias para este facto mas a mais comum: “… para fazer face ao risco…”??? Não será que os que agora se financiam sustentadamente estão a pagar pela forma displicente com que os bancos concederam crédito, muito dele hoje mal parado?

Concordo que temos de procurar soluções criativas e que nem sempre passam pela tradicional aquisição de habitação mas isso não faz com que esta opção esteja forçosamente errada.

E o resto deixo para os meus clientes.

Abraço,


Ricardo Roquette.

Gonçalo Nascimento Rodrigues disse...

Ricardo,

Eu não disse que a solução era errada, ou que agora ninguém devesse comprar ou pedir crédito. Já escrevi, aliás, sobre a opção entre arrendar e comprar.

O que não me parece equilibrado é idealizar soluções com LTV's elevados para que o mercado "funcione". Parece-me que é estar a forçar, a "empurrar" o cliente para a compra, motivado pela necessidade de vender e facturar de outros.

É óbvio que os que hoje pedem emprestado estão a pagar pelos erros passados mas estão também a pagar a conjuntura actual, mais incerta, com mais risco e mais escassez de dinheiro. Os próprios bancos têm mais dificuldade em se financiar e com um custo superior, logo passam isso para o mercado...

Diz lá mais qualquer coisinha... não deixes assim tanto para os clientes! lol

Abraço,

Gonçalo